A mineradora anglo-australiana BHP foi condenada nesta sexta-feira pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres, em relação ao rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido em 2015 na cidade de Mariana, Minas Gerais. Essa decisão marca um avanço significativo no processo internacional contra a empresa, que é acionista da Samarco, responsável direta pela barragem. O colapso deixou 19 mortos e devastou a região.
Ainda não há informações sobre o valor da indenização que a BHP deverá pagar. Uma nova audiência está marcada para o segundo semestre de 2026, quando será decidido o montante das reparações financeiras.
O tribunal britânico enfatizou que “o risco de colapso da barragem era previsível”. O documento judicial menciona que a operação da barragem foi realizada de maneira imprudente, mesmo com sinais claros de saturação, infiltrações e fissuras. Isso indicava que a segurança da estrutura estava seriamente comprometida.
Para o tribunal, um teste de estabilidade poderia ter identificado os riscos que ameaçavam a barragem. “É incompreensível que se tenha decidido continuar a elevar a altura da barragem nessas circunstâncias, quando o colapso poderia ter sido evitado”, conclui o texto oficial.
O documento destaca que a falta de uma análise técnica adequada antes de permitir o alteamento da barragem contribuiu diretamente para o rompimento. Essa falha liberou milhões de metros cúbicos de lama tóxica no Rio Doce, afetando todo o percurso até o litoral do Espírito Santo.
Com a responsabilidade agora reconhecida, o processo seguirá para definir valores para as indenizações. A audiência em 2026 deve considerar os danos ambientais, sociais e econômicos provocados pelo desastre, o maior da história da mineração no Brasil.
Essa condenação também aumenta a pressão internacional sobre grandes mineradoras, que enfrentam exigências mais rigorosas em relação a normas de segurança. Essa decisão pode servir de referência para futuras ações em outras partes do mundo.
O rompimento da Barragem de Fundão completou dez anos no último dia 5 de outubro. Em 2015, a onda de rejeitos destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues, avançou por diversos municípios e causou danos ambientais irreparáveis na bacia do Rio Doce.
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