Chips sob pressão: o que realmente define a vida útil das GPUs de IA?

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Com os investimentos aumentando na infraestrutura para inteligência artificial, a vida útil das GPUs se tornou uma preocupação crescente entre empresas e investidores. Discutir a depreciação desses chips se tornou essencial no âmbito das grandes empresas de tecnologia.

Apesar disso, o cenário ainda é incerto. O crescimento rápido da IA é um fenômeno recente, que começou há apenas três anos. Assim, estimar por quanto tempo uma GPU mantém sua eficiência é mais desafiador do que parece.

A vida útil das GPUs preocupa empresas e investidores, que tentam prever quanto tempo esses chips seguem eficientes no ritmo acelerado da IA.
A vida útil das GPUs preocupa empresas e investidores. Imagem: Divulgação/Nvidia

O que está por trás da discussão sobre a “vida útil” das GPUs?

Empresas como Google, Oracle e Microsoft estimam que seus servidores podem permanecer em uso por até seis anos. Essa discussão têm ganhado destaque, pois ampliar o período de depreciação pode ajudar a melhorar os lucros. No entanto, há especialistas que discordam dessa visão.

O investidor Michael Burry, por exemplo, acredita que a real durabilidade desses equipamentos é bem menor, entre dois a três anos. Essa visão levanta preocupações sobre como algumas grandes empresas podem estar superestimando seus resultados financeiros.

Esse ambiente é ainda mais complicado, já que os primeiros chips da Nvidia para IA foram lançados em 2018, e a demanda disparou após o lançamento do ChatGPT no final de 2022. Desde então, as receitas anuais da Nvidia com data centers aumentaram de US$ 15 bilhões para US$ 115 bilhões.

Por que prever a depreciação é tão difícil

Num setor em rápida evolução, determinar a durabilidade de um chip se torna um desafio. No entanto, muitos especialistas argumentam que modelos mais antigos ainda podem ser valiosos para tarefas simples.

A CoreWeave, que adquire GPUs para alugá-las, adotou ciclos de depreciação de seis anos desde 2023. Michael Intrator, CEO da empresa, nota que as GPUs Nvidia A100, de 2020, continuam sendo utilizadas plenamente. Curiosamente, chips Nvidia H100, mais recentes, foram alugados quase pelo mesmo valor original, indicando a forte demanda por modelos antigos.

Mesmo após anos de uso, os chips continuam sendo utilizados e alugados quase pelo valor original.
Mesmo após anos de uso, os chips continuam sendo utilizados e alugados quase pelo valor original. Imagem: Sdecoret/iStock

Por que as GPUs podem perder valor mais rápido

As placas podem se desvalorizar antes de seis anos por várias razões, como:

  • desgaste físico e falhas ao longo do uso.
  • obsolescência acelerada por novas gerações de hardware.
  • perda de competitividade econômica.
  • ciclos de atualização mais curtos impostos pela Nvidia e concorrentes.
  • mudanças na demanda à medida que as empresas adotam chips mais modernos.

As próprias fabricantes também contribuem para essa desvalorização. Durante o lançamento do chip Blackwell, Jensen Huang, CEO da Nvidia, afirmou que, assim que o Blackwell começar a ser comercializado amplamente, o chip anterior, o Hopper, não terá mais valor de venda.

Mesmo antes de seis anos, muitos chips perdem valor por desgaste e novas gerações mais rápidas.
Mesmo antes de seis anos, muitos chips perdem valor por desgaste e novas gerações mais rápidas. Imagem: Lazy_Bear / Shutterstock.com

Uma corrida entre inovação e contabilidade

A indústria de GPUs agora enfrenta lançamentos anuais, algo inesperado até pouco tempo atrás. A Nvidia começou a renovar suas linhas de IA anualmente, e a AMD seguiu o exemplo.

A Amazon reduziu sua previsão de seis para cinco anos para alguns servidores, citando a velocidade do desenvolvimento tecnológico. Enquanto isso, a Microsoft evita grandes compras de uma única geração, buscando não ficar “presa” à depreciação de quatro ou cinco anos.

Na realidade, a vida útil dessas GPUs é apenas uma estimativa, sujeita a validações externas.

Você terá que convencer um auditor de que a vida útil que está sendo sugerida é, de fato, a vida útil do ativo.

Dustin Madsen, vice-presidente da Society of Depreciation Professionals, à CNBC.

E você, o que acha sobre a evolução das GPUs e sua durabilidade? Deixe sua opinião nos comentários!

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