Empresa que contratou ex-nora de Lula superfaturava livros, diz PF

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A Life Tecnologia Educacional, alvo da Operação Coffee Break da Polícia Federal, está sob investigação por superfaturamento na venda de livros a prefeituras do interior. O valor dos livros chegou a ser até 35 vezes maior do que o preço de aquisição.

A Ficha Técnica da investigação revela que a empresa arrecadou R$ 111 milhões em contratos suspeitos com quatro prefeituras em São Paulo. O empresário André Gonçalves Mariano, dono da Life e um dos presos na operação, é apontado como o líder do esquema.

A PF afirma que o superfaturamento é evidente, com preços elevados e práticas irregulares, como a compra de livros só após a venda para as prefeituras. O esquema de corrupção envolve colaboradores, incluindo autoridades municipais e doleiros. Até agora, cinco pessoas foram presas, incluindo o vice-prefeito de Hortolândia e o secretário de Educação da cidade.

A investigação, que já dura desde 2021, mostra que André Mariano tinha acesso direto a secretários municipais. Ele criava demanda para seus produtos, e os processos licitatórios eram manipulados. Em Hortolândia, por exemplo, ele ajudava a estruturar as licitações e determinava os produtos a serem vendidos.

Além disso, as autoridades municipais facilitavam a vitória da Life em licitações e assinavam documentos necessários, recebendo propinas em dinheiro, conhecidas como “café”. A juíza responsável pela decisão observa que as vantagens indevidas foram pagas em diversas oportunidades.


Lavagem de dinheiro

  • A investigação revelou que, após receber os pagamentos, a Life utilizava um sistema complexo para lavar o dinheiro. Os recursos eram direcionados para empresas de fachada controladas por doleiros.
  • Esses operadores convertiam os pagamentos em espécie, utilizando métodos como fracionamento de boletos para ocultar as movimentações.
  • O dinheiro retornava para Mariano, que o usava para propinas e enriquecimento pessoal.

MEC

A investigação também destaca a conexão de uma ex-nora de Luiz Inácio Lula da Silva, Carla Ariane Trindade, com o esquema de corrupção. Carla prometia acesso a autoridades em Brasília e atuava em favor de Mariano na busca por contratos.

Mariano pagou passagens para que Carla o acompanhasse em viagens a Brasília, onde ela defendia seus interesses junto a órgãos públicos. A juíza responsável pela operação afirma que é claro que Carla recebia pagamentos em espécie como contrapartida.

Outro nome mencionado é Kalil Bittar, ex-sócio do filho de Lula, que também estaria envolvido no sucesso da Life. A PF indica que ele ajudou Mariano a fortalecer sua influência em Brasília, possibilitando pagamentos da prefeitura de Hortolândia à Life.

Kalil é irmão de Fernando Bittar, ex-proprietário do sítio de Atibaia, associado a Lula por investigações da Lava Jato. A relação entre as investigações e a família Bittar se intensifica, especialmente por serem figuras ligadas ao passado político do presidente.

O que dizem os envolvidos

Em reação à ação, a prefeitura de Hortolândia se mostrou surpresa com a operação e afirmou que está à disposição das autoridades para esclarecimentos. A cidade destacou que todos os processos de licitação seguem rigorosos critérios legais.

Ainda estamos aguardando retorno das defesas dos citados na investigação, que não responderam até o fechamento deste artigo. Fique ligado para mais atualizações sobre esse caso. Queremos saber sua opinião sobre essa situação. O que você acha sobre as alegações de corrupção e o envolvimento de figuras públicas?

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