Cristãos mortos e casas queimadas na Nigéria

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Sete cristãos, incluindo um menino de apenas 12 anos, foram homenageados no último sábado, após serem vítimas de um ataque no estado de Kaduna, na Nigéria. O ato violento ocorreu no mesmo dia em que extremistas islâmicos incendiaram casas e uma igreja no estado de Borno.

No funeral realizado na cidade de Damakasuwa, centenas de pessoas, incluindo moradores de outras regiões, participaram da cerimônia. Os homenageados haviam sido mortos em 31 de outubro por pastores fulani e outros terroristas. Daniel Dodo, um dos moradores, expressou sua dor dizendo: “Enterramos nossos amados que foram mortos por terroristas. Esta cerimônia é uma manifestação de lamento em meio à violação de nossas crenças.”

As vítimas do ataque incluem Yohanna Adamu, 46; Bala Bude Chawai, 57; Yakubu Bala, 50; Abubakar Ya’u, 30; Ishaya Dauda, 56; Segunda-feira Nveneh, 46; e Salvador Emmanuel, 12. O reverendo Madaki Sarki, da Igreja Evangélica Vencedora de Todas as Coisas, ressaltou que, apesar da tristeza, a esperança deve permanecer viva. “Hoje choramos, mas escolhemos a união”, afirmou o pastor.

Rahila Chawaig, moradora da região, comentou sobre o renascimento da solidariedade entre os cidadãos após o funeral. “O pesar foi profundo, mas saímos determinados a fazer o amor triunfar sobre o medo”, disse.

Os fulanis, que majoritariamente são muçulmanos, estão divididos entre diversos grupos, alguns dos quais adotam ideologias radicais. Um relatório do Grupo Parlamentar Multipartidário para a Liberdade Internacional de Crença, do Reino Unido, apontou que a estratégia adotada por alguns fulanis é similar à do Boko Haram, visando atacar cristãos e símbolos da fé cristã.

Líderes cristãos acreditam que as ações violentas têm como objetivos a tomada de terras e a imposição da religião muçulmana. No Centro-Norte da Nigéria, onde a maior parte da população é cristã, muitos enfrentam ataques de milícias fulanis, resultando em centenas de mortes.

No mesmo sábado, militantes do Boko Haram atacaram a comunidade de Chibok, incendiando uma igreja e propriedades cristãs. Andrew Yohanna, morador da área, pediu oração pela comunidade. Ele descreveu a situação como devastadora, com um prédio da Igreja dos Irmãos na Nigéria completamente destruído.

Outros moradores expressaram indignação. Tabitha Joel pediu ajuda ao governo, ressaltando que a violência deixou um rastro de destruição. “Estamos vivendo com medo; muitos perderam suas casas e famílias”, declarou.

Markus Njidda destacou que quase todas as aldeias da região sofreram ataques nos últimos meses, e os ataques do Boko Haram em Pemi não são isolados. A região de Chibok é conhecida por ser alvo constante de extremistas.

De acordo com a Lista Mundial da Perseguição 2025, a Nigéria é um dos lugares mais perigosos do mundo para os cristãos. Em 2025, dos 4.476 cristãos mortos globalmente por suas crenças, 3.100 estavam na Nigéria. A crescente violência e a aparição de novos grupos, como o Lakurawa, ampliam as preocupações sobre a segurança na região.

Esses eventos geram reflexão sobre a situação enfrentada pelos cristãos na Nigéria. O que você acha que pode ser feito para mudar essa realidade? Compartilhe sua opinião.

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