O deputado estadual Cafu Barreto, do PSD, decidiu deixar a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia. Ele segue os passos do colega Nelson Leal (PP) e vai apoiar ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, que se prepara para uma nova candidatura ao governo em 2026.
Cafu Barreto, até então vice-líder do governo, é um empresário e já foi prefeito de Ibititá, na região de Irecê, durante dois mandatos, sendo eleito em 2012 e reeleito em 2016. Filiado ao PSD desde 2011, ele entrou na AL-BA em 2023, após receber mais de 67 mil votos nas eleições recentes.
O deputado também teve um histórico conturbado e foi um dos envolvidos na Operação Rochedo, que começou em 2022. A operação investigou fraudes em licitações nas áreas de saúde e educação, com um período que abrangeu de 2013 a 2020. Durante a operação, uma aeronave registrada em nome de uma empresa do deputado foi apreendida, e ele foi preso por posse ilegal de arma de fogo, além de ter cumprido um mandado de prisão temporária na sede da Polícia Federal em Salvador.
Conforme as investigações, Cafu não atuou sozinho. O esquema contava com a participação de empresários, agentes públicos, advogados, contadores e “laranjas”. A estimativa é que mais de R$ 7 milhões tenham sido desviados durante suas gestões na cidade.
Além disso, a Polícia Federal revelou que o governo federal fez repasses significativos para Ibititá. Esses recursos vieram do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar, do Fundeb e de contratos para combater a pandemia de Covid-19.
O grupo liderado por Cafu teria se apropriado de muitos desses recursos, usando licitações fraudulentas e superfaturamento de contratos. Entre 2013 e 2016, uma única empresa de construção firmou 15 contratos superfaturados com o município, totalizando R$ 11 milhões. Parte desse dinheiro teria sido redirecionada para empresas de “laranjas” do ex-prefeito.
Em agosto deste ano, o Bahia Notícias trouxe à tona que a Justiça Federal derrubou um habeas corpus que havia suspendido as investigações contra o deputado por improbidade administrativa, reiniciando a apuração dos crimes.
A decisão, proferida no dia 8 de agosto, pela vice-presidente do TRF1, desembargadora federal Gilda Sigmaringa Seixas, divergiu de uma decisão anterior, que considerou as investigações ilegais desde o início. Para a magistrada, a determinação da Terceira Turma de anulação de provas não se sustentava.
Esses eventos levantam questões sobre a força da política local e o impacto de decisões judiciais nas administrações públicas. A saída de Cafu Barreto da base do governo levará a um novo capítulo político na Bahia. O que você acha dessa situação e do futuro político de Cafu? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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