Na última terça-feira (18), Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), fez um apelo ao Parlamento para um aumento de 38% no orçamento da instituição para o próximo ano. A proposta foi apresentada durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado. Rodrigues sugeriu também dobrar o efetivo atual da PF.
“Precisamos que nosso orçamento, que é de R$ 1,8 bilhão em 2023, suba para pelo menos R$ 2,5 bilhões. Isso é essencial para que possamos combater as facções com mais eficácia”, destacou o chefe da PF.
Essa foi a primeira audiência da CPI, que surgiu após a repercussão da operação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, resultando na morte de 121 pessoas. Estão previstas audiências com ministros, governadores e especialistas em segurança pública.
O diretor da PF apontou que atualmente a instituição conta com 13 mil policiais, sendo 2 mil em função administrativa. Além disso, está programada a incorporação de mais 2 mil policiais que iniciarão a formação no próximo ano, após um concurso realizado em julho. Para Rodrigues, o efetivo ideal seria o dobro da previsão legal de 15 mil policiais.
“Para atender a todas as demandas no médio e longo prazos, estimamos que dobrar o nosso efetivo é fundamental. Assim, poderemos atuar com mais eficiência em nossas responsabilidades”, comentou Rodrigues no Senado.
Ele lembrou que, além de investigações policiais, a PF realiza o controle de armas, emissão de passaportes e supervisão de produtos químicos e imigração.
O relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ressaltou que a comissão tem como objetivo avaliar a atuação das facções no Brasil, visando entender a necessidade de recursos adicionais para a segurança pública.
Além disso, Rodrigues criticou o substitutivo do projeto de lei Antifacção, apresentado por Guilherme Derrite (PP-SP). Segundo ele, o projeto retira recursos dos fundos federais, afetando gravemente o orçamento da PF.
“A retirada de verbas do Funapol e outros fundos pode prejudicar a PF em um momento em que buscamos ampliar nosso orçamento”, frisou o diretor.
Rodrigues também comentou que a forma como o texto foi escrito pode causar conflitos com normas já existentes, o que traria complicações aos processos relacionados a organizações criminosas.
“Isso pode gerar confusões processuais e nulidades, impactando negativamente o andamento das investigações”, concluiu.
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