Ministério da Igualdade Racial reage à polêmica sobre desenho de orixá

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O Ministério da Igualdade Racial (MIR) manifestou sua indignação nesta terça-feira em relação ao que classificou como “racismo religioso” e “violência institucional”. O caso envolve o pai de uma aluna da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Antônio Bento, localizado no Caxingui, zona oeste de São Paulo. Ele acionou a Polícia Militar após descobrir que sua filha, de apenas 4 anos, havia feito um desenho da orixá Iansã durante uma atividade escolar.

O MIR considera a atuação da polícia especialmente grave e pede a implementação imediata de políticas públicas que respeitem a diversidade religiosa e promovam a igualdade racial. O ministério já oficiou as Secretarias de Educação e de Segurança Pública do Estado de São Paulo para que se expliquem sobre o incidente. Além disso, disponibilizou o Guia de Denúncias de Racismo Religioso e reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos nas escolas.

Atividade orixas EMEI 2

Desenho da orixá Iansã que motivou a ocorrência policial

A diretora da Emei Antônio Bento foi afastada temporariamente de suas funções, tendo solicitado licença médica. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação (SME), ela estaria enfrentando problemas de saúde mental após a repercussão da intervenção policial na escola.


Ministério Público de São Paulo investiga ação policial na escola

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) agora conduz uma investigação sobre a operação da Polícia Militar, que entrou armada na Emei Antônio Bento após o incômodo do pai com o desenho. Entre as solicitações do MPSP para a Secretaria de Segurança Pública (SSP) estão:

  • Envio das gravações das câmeras corporais dos policiais envolvidos.
  • Identificação completa dos agentes que participaram da ocorrência.
  • Registro do acionamento que levou a PM à escola.
  • Informações sobre a existência de inquérito apurando a conduta dos policiais.

Além disso, o MPSP também solicitou à Secretaria Municipal de Educação (Seduc):

  • Detalhes sobre o suporte oferecido aos profissionais da Emei.
  • Identificação do pai que acionou a polícia.
  • Gravações das câmeras de segurança da escola.

Caso gera controvérsia na escola

Para contextualizar, o pai chamou a PM após saber que sua filha fez um desenho da orixá Iansã na aula. Embora a direção da escola tenha convidado o pai para uma reunião no mesmo dia, ele não compareceu e preferiu solicitar a intervenção policial. Quatro policiais se dirigiram à escola e permaneceram lá por cerca de uma hora, segundo relatos, com uma abordagem hostil que assustou funcionários e famílias. A supervisora de ensino também acompanhou a situação.

A escola esclareceu aos policiais que a atividade estava em linha com as leis 10.639/03 e 11.645/08, que garantem o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. As crianças apenas ouviram uma história e fizeram um desenho, sem intenção religiosa.

A Secretaria de Segurança Pública colocou que os policiais orientaram as partes envolvidas a registrar um boletim de ocorrência e justificou o armamento utilizado como parte do equipamento padrão dos agentes. A Prefeitura de São Paulo reiterou que a atividade faz parte do currículo antirracista da rede municipal.

O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre o respeito às tradições culturais e religiosas nas escolas.

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