Uma nova esperança surge na luta contra o câncer de pulmão, uma das doenças mais mortais do mundo. Pesquisadores das universidades de Oxford e University College London anunciaram o início dos testes em humanos da LungVax, a primeira vacina projetada para prevenir essa condição em pessoas com alto risco.
Esse avanço é especialmente significativo no Reino Unido, onde o câncer de pulmão é responsável por 20% das mortes relacionadas a câncer anualmente. O financiamento para o ensaio clínico de Fase I, que durará quatro anos, vem do Cancer Research UK e da CRIS Cancer Foundation, totalizando aproximadamente £2,06 milhões.
Jamal-Hanjani, líder do estudo, afirmou que menos de 10% das pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão sobrevivem por mais de dez anos. Ele destacou que o ensaio é um passo importante para disponibilizar essa vacina a quem mais precisa.

O foco inicial do ensaio é avaliar a segurança da vacina e a reação imunológica provocada, além de identificar quais grupos de pessoas poderão se beneficiar dessa imunização no futuro. Os pesquisadores acompanharão de perto como os participantes respondem à vacina e sua viabilidade.
Sarah Blagden, professora de Oncologia Experimental na Universidade de Oxford e cofundadora do projeto, explicou que o objetivo é fazer com que o sistema imunológico reconheça e destrua as células anormais antes que se tornem cancerígenas.
Como Funciona a Vacina Contra o Câncer de Pulmão?
A LungVax utiliza um vetor viral não replicante para fornecer instruções genéticas que ajudam o sistema imunológico a identificar as proteínas anormais, chamadas neoantígenos. Essas proteínas sinalizam mutações precursoras do câncer que surgem nas células pulmonares.
Inspirada na mesma tecnologia da vacina Oxford/AstraZeneca contra a COVID-19, essa abordagem pode revolucionar a prevenção de câncer. “Assim como treinamos o sistema imunológico a reconhecer a proteína spike do coronavírus, agora estamos o preparando para detectar os neoantígenos do câncer de pulmão”, completou Blagden.
Diferente de vacinas tradicionais que previnem infecções que podem levar ao câncer, a LungVax atua sobre células humanas que já estão em processo de transformação maligna. Blagden destacou que essa é a diferença entre prevenir a causa e interceptar a consequência.
Se os testes forem bem-sucedidos, a LungVax poderá mudar a forma como enfrentamos o câncer de pulmão, passando do tratamento à prevenção ativa entre grupos de risco. Os pesquisadores ressaltam que esse projeto é um legado das vacinas de tecnologia vetorial viral, que foram desenvolvidas durante a pandemia, agora aplicadas a uma nova área da medicina preventiva.
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