A bancada evangélica no Congresso Nacional iniciou uma movimentação em torno da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de se posicionar como oposição, uma parte desse grupo está disposta a apoiar a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga deixada pelo ministro aposentado Luís Roberto Barroso.
Enquanto isso, o governo se esforça para mapear o cenário no Senado após a indicação, feita por Lula recentemente. Conseguir os 41 votos necessários será desafiador, especialmente devido ao descontentamento do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), o qual preferia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a posição.
Parte dos senadores evangélicos acredita que Messias, que compartilha desse fiel grupo desde a infância, pode se mostrar uma figura diáfana e facilitar a obtenção de votos. Um senador comentou que há consenso entre uma ala da bancada sobre esse apoio, já que a votação é secreta, o que minimiza riscos de retaliações a senadores bolsonaristas que votem a favor de Messias.
No entanto, essa movimentação não é unânime. Outra corrente dentro da bancada evangélica argumenta que, dadas as circunstâncias atuais e a insatisfação de Alcolumbre, não há condições para apoiar Messias neste momento. A Frente Parlamentar Evangélica se reunirá na próxima semana para discutir a posição coletiva sobre a indicação.
A vice-presidente da Frente, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), destacou que o grupo definirá sua posição após um debate interno. Ela comentou que “teremos dias de grandes conversas e diálogos” sobre o tema.
Essa mobilização ocorre em um contexto em que o governo busca consolidar votos depois do estreito resultado na recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi aprovada apenas com quatro votos a mais do que o mínimo exigido. A avaliação no governo é que o resultado expôs a imprevisibilidade do Senado, tornando essencial não tratar qualquer indicação como garantida.
Messias, que ressaltou sua intenção de agir de forma técnica e isenta de orientações ideológicas no STF, enfrenta o desafio da imprevisibilidade gerada pela oposição dentro do grupo evangélico. A Frente Parlamentar Evangélica costuma atuar de forma coesa em pautas relevantes, o que legitima suas decisões coletivas.
Aliados afirmam que Messias pretende aplicar uma estratégia semelhante à que usou na AGU, buscando diálogo entre os mais diversos grupos políticos e evitando atritos com as bancadas conservadoras.
Assim, ele precisará de 41 votos no plenário para sua aprovação. A reunião da Frente Evangélica e a avaliação de quem tende a apoiá-lo, além das resistências, serão fundamentais nas discussões políticas nas próximas semanas.
O que você pensa sobre essa movimentação da bancada evangélica? Comente sua opinião e participe da discussão!

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