A recente “fuga” do deputado bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ) para os Estados Unidos elevou a tensão entre o PT e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O episódio surgiu após a aprovação do PL Antifacção, criando um novo capítulo nessa disputa política.
Nos últimos dias, petistas alegaram uma suposta “ajuda” da Mesa Diretora, presidida por Motta, para que Ramagem pudesse votar à distância, mesmo tendo deixado o Brasil possivelmente para evitar prisão por envolvimento em atos golpistas.
Deputado Alexandre Ramagem
A atitude dos petistas irritou Motta, que já havia se manifestado publicamente sobre o posicionamento do PT e do governo em relação ao PL Antifacção. Os aliados de Motta defenderam que a proposta já aprovada retira recursos da Polícia Federal, o que complicaria a segurança pública.
Incomodado com as novas acusações, Motta fez uma ligação para o deputado Rogério Correia (PT-MG) na quinta-feira, 20 de novembro. Durante a conversa, o presidente da Câmara negou qualquer auxílio a Ramagem e declarou não ter conhecimento de sua saída do país. Ele explicou que Ramagem obteve permissão para votar remotamente apenas porque apresentou atestados médicos.
Apesar das justificativas, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), protocolou um pedido de esclarecimento à Mesa Diretora sobre a situação de Ramagem. Ele exige informações sobre licenças e a autorização de saída do deputado, além de saber se ele utilizou celular no exterior para votar.
“Pedi esclarecimentos sobre atos administrativos envolvendo a concessão de licença ‘médica’ e/ou autorização de saída do país, bem como a ausência de publicação no Diário Oficial”, afirmou Lindbergh.
Esse conflito ilustra a crescente distância entre a bancada governista e Motta. Recentemente, o presidente da Câmara foi alvo de críticas por insistir na indicação de Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do PL Antifacção, o que gerou descontentamento significativo.
A situação se agravou após a votação do projeto, onde Motta apoiou o relatório de Derrite. Lindbergh e outros líderes petistas expressaram publicamente sua insatisfação, enfatizando a falta de confiança na liderança de Motta.
“É claro que há uma crise de confiança. O presidente Lula não escondeu seu descontentamento, já que o projeto é de autoria do Executivo”, comentou Lindbergh.
Motta reconhece a deterioração de suas relações com o PT e o governo, mas, por ora, nenhum dos lados demonstra intenção de recuar. Há um entendimento de que, apesar das tensões, a Câmara ainda é uma peça chave para a aprovação de pautas governamentais.
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