O banqueiro Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, divulgou uma nota neste sábado (22) contestando a acusação da Polícia Federal sobre uma fraude de R$ 12 bilhões. Segundo a defesa, os fundamentos da investigação são baseados em informações incorretas. Vorcaro foi preso na segunda-feira (17) durante a operação Compliance Zero, que investiga um esquema envolvendo carteiras de crédito supostamente fraudulentas.

A Polícia Federal informa que o Banco Master teria vendido carteiras de crédito artificiais e oferecido Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas exorbitantes. No entanto, a defesa argumenta que todas as operações foram realizadas “dentro das regras” e que o banco atuou com “boa-fé” ao substituir carteiras com documentação inadequada.

Os advogados de Vorcaro afirmam que as carteiras investigadas foram compradas de terceiros, que eram responsáveis pela documentação. Além disso, garantem que o Banco de Brasília (BRB) estava protegido por garantias contratuais e que essas carteiras nunca foram transferidas de forma definitiva ao banco.

A nota destaca que mais de R$ 10 bilhões das operações já foram substituídos ou liquidados, conforme comunicado do próprio BRB. Um ofício do Banco Central também atesta que não há indícios de irregularidades nas carteiras originadas pelo próprio Banco Master, reforçando que a suposta fraude não existe.

Na última quinta-feira (20), a Justiça Federal negou o pedido de habeas corpus e manteve a prisão preventiva de Vorcaro. A relatora do caso, desembargadora Solange Salgado da Silva, mencionou indícios de gestão fraudulenta e organização criminosa, além de evidências de que os investigados tentaram obstruir a apuração. Outros sete suspeitos foram presos, mas dois já foram liberados.

A prisão de Vorcaro ocorreu no Aeroporto de Guarulhos, logo após a interrupção das negociações para a venda do Banco Master, determinada pelo Banco Central. A Polícia Federal alega que ele tentava fugir para a Europa, enquanto a defesa afirma que o destino era Dubai para uma reunião de negócios.

De acordo com investigações do Banco Central, Ministério Público Federal e Polícia Federal, o Banco Master teria vendido R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito forjadas ao BRB, o que representa mais de 20% da carga de crédito do banco. A defesa contesta que ativos defeituosos foram substituídos e enfatiza que não houve prejuízo para o BRB, que ainda ofereceu garantias que superam R$ 22 bilhões.

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