Como a central do DF detectou a violação que levou Bolsonaro à prisão

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Na madrugada de sábado, um ponto vermelho acendeu no mapa na central da Secretaria de Administração Penitenciária do DF. Era a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro, indicando que algo não estava certo. Os policiais penais de plantão sabiam exatamente o que fazer.

Essa unidade, chamada Centro Integrado de Monitoramento Eletrônica (Cime), foi criada em 2017. Está equipada para operar como um quartel tecnológico e funciona 24 horas, acompanhando em tempo real os indivíduos que cumprem medidas judiciais fora da prisão.

11052021 AM Seape Cumprimento de medidas protetivas 012

Os agentes monitoram as tornozeleiras, que enviam dados como localização e estado dos dispositivos. Se algo sai do padrão, como a tentativa de abertura do equipamento, um alerta é enviado imediatamente.

Na madrugada em que Bolsonaro tentou modificar sua tornozeleira com solda, o Cime recebeu sinais claros de alteração. O dispositivo apresentava marcas de queimadura ao invés de danos por colisão previstas inicialmente.

O que chegou ao Cime foram sinais claros de avaria, descritos em um relatório interno.

Quando um alerta é acionado, o protocolo começa com o contato direto com o monitorado. O sistema dispara notificações, e os servidores tentam estabelecer comunicação imediata.

Se não há resposta, a Seape envia uma notificação à Polícia Militar, incluindo fotos e informações sobre o histórico de deslocamentos. No caso de Bolsonaro, a Polícia Federal foi acionada.

A PM é contatada oficialmente através da central responsável pela coordenação das forças de segurança do DF.

Restrições

O Cime mantém alinhamento constante com o Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública. As restrições, como áreas proibidas e horários de recolhimento, são inseridas no sistema e monitoradas em tempo real.

Um aplicativo desenvolvido pela própria Gerência de Tecnologia da Informação da Seape permite que os agentes acessem o histórico completo dos monitorados.

Os equipamentos utilizados são fornecidos por uma empresa contratada e possuem sensores que detectam cortes e variações bruscas de temperatura. Isso foi essencial para identificar as queimaduras na tornozeleira.

Desde o início do monitoramento, a Seape comunicou Bolsonaro sobre as regras e restrições. Tudo fica registrado.

funcionamento de uma tornozeleira eletronica

Após a confirmação da violação, a Seape notificou imediatamente o Poder Judiciário. O relatório sobre os danos foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro na manhã de sábado.

E você, o que pensa sobre esse caso? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.

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