Na madrugada de sábado, um ponto vermelho acendeu no mapa na central da Secretaria de Administração Penitenciária do DF. Era a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro, indicando que algo não estava certo. Os policiais penais de plantão sabiam exatamente o que fazer.
Essa unidade, chamada Centro Integrado de Monitoramento Eletrônica (Cime), foi criada em 2017. Está equipada para operar como um quartel tecnológico e funciona 24 horas, acompanhando em tempo real os indivíduos que cumprem medidas judiciais fora da prisão.

Os agentes monitoram as tornozeleiras, que enviam dados como localização e estado dos dispositivos. Se algo sai do padrão, como a tentativa de abertura do equipamento, um alerta é enviado imediatamente.
Na madrugada em que Bolsonaro tentou modificar sua tornozeleira com solda, o Cime recebeu sinais claros de alteração. O dispositivo apresentava marcas de queimadura ao invés de danos por colisão previstas inicialmente.
O que chegou ao Cime foram sinais claros de avaria, descritos em um relatório interno.
Quando um alerta é acionado, o protocolo começa com o contato direto com o monitorado. O sistema dispara notificações, e os servidores tentam estabelecer comunicação imediata.
Se não há resposta, a Seape envia uma notificação à Polícia Militar, incluindo fotos e informações sobre o histórico de deslocamentos. No caso de Bolsonaro, a Polícia Federal foi acionada.
A PM é contatada oficialmente através da central responsável pela coordenação das forças de segurança do DF.
Restrições
O Cime mantém alinhamento constante com o Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública. As restrições, como áreas proibidas e horários de recolhimento, são inseridas no sistema e monitoradas em tempo real.
Um aplicativo desenvolvido pela própria Gerência de Tecnologia da Informação da Seape permite que os agentes acessem o histórico completo dos monitorados.
Os equipamentos utilizados são fornecidos por uma empresa contratada e possuem sensores que detectam cortes e variações bruscas de temperatura. Isso foi essencial para identificar as queimaduras na tornozeleira.
Desde o início do monitoramento, a Seape comunicou Bolsonaro sobre as regras e restrições. Tudo fica registrado.

Após a confirmação da violação, a Seape notificou imediatamente o Poder Judiciário. O relatório sobre os danos foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro na manhã de sábado.
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