Os Tribunais Eleitorais brasileiros estão se preparando para o desafio das eleições de 2026, concentrando suas estratégias no combate ao uso malicioso da tecnologia para espalhar desinformação e fraudes eleitorais. O desembargador Danilo Costa Luiz, do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), mencionou em uma entrevista ao JusPod, podcast do Bahia Notícias, que a Justiça Eleitoral irá utilizar a inteligência artificial como ferramenta fundamental para enfrentar essas ameaças.
Ele destacou que a inteligência artificial já faz parte do cotidiano, com exemplos como carros que atualizam suas rotinas. Contudo, ele fez um alerta: essa mesma tecnologia pode ser desviada para fins prejudiciais. Assim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os TREs têm se empenhado em investir em sistemas de IA para detectar e combater ameaças digitais rapidamente. “O TSE tem investido muito na inteligência artificial para combater a própria inteligência artificial usada para o mal”, afirmou.
Danilo Costa enfatizou que o TRE da Bahia está atento e tem investido na capacitação de seus servidores para que possam utilizar essas novas ferramentas e entender as dinâmicas do ambiente digital. Ele acredita que a punição rápida para irregularidades serve como um elemento de dissuasão, ressaltando que o TRE está vigilante e tem conseguido penalizar quem tenta burlá-lo.
A solução, segundo o desembargador, é um investimento contínuo em tecnologia e formação. O objetivo é que a Justiça Eleitoral não apenas acompanhe a evolução das ameaças, mas esteja um passo à frente dos infratores. Um bom exemplo disso é o robô Janus, desenvolvido pelo TRE-BA, que agiliza trâmites processuais ao operar 24 horas por dia, permitindo que os casos cheguem mais rapidamente à análise dos juízes.
As eleições de 2024 serviram como um teste importante. Marcadas pela disseminação de deepfakes e notícias falsas, essas eleições passaram tranquilamente, em parte devido à preparação da Justiça Eleitoral. A capacidade de análise rápida de liminares e a suspensão imediata de conteúdos fraudulentos mostraram a eficácia das estratégias. “Fizemos eleições tranquilas porque estávamos preparados e diante dessa situação”, disse o desembargador.
Além dos investimentos em software, Danilo Costa ressaltou a importância do capital humano e da troca de experiências. Eventos de discussão entre ministros, desembargadores e técnicos são essenciais para identificar problemas e melhorar os processos. Essa combinação de tecnologia avançada, formação constante e colaboração é vista como a base necessária para assegurar a integridade das eleições em 2026, um ano que exigirá resistência das instituições democráticas diante dos novos desafios da era digital.
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