O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta terça-feira, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que é um dever da instituição utilizar a taxa Selic para controlar a inflação no Brasil.
Galípolo explicou que a legislação determina que o Banco Central deve usar essa taxa de juros como ferramenta para atingir a meta de inflação, que atualmente é de 3%. Ele ressaltou que essa é a responsabilidade atribuída a ele: “Vocês têm esse instrumento para perseguir a meta de inflação”, afirmou.
Durante a sessão, ele foi questionado pelo senador Renan Calheiros sobre a taxa Selic, que atualmente está em 15% ao ano. Galípolo lembrou das projeções do Boletim Focus, que indicam que ele pode completar seu mandato sem conseguir alcançar a meta desejada.
“Quando olho para as projeções futuras, vejo que o Banco Central não deverá cumprir a meta durante todo o meu mandato”, destacou.
Ele também enfatizou que o foco deve sempre ser a meta de 3%, destacando: “A meta não é a banda superior, ela é 3% e eu tenho que perseguir essa meta”.
Atualmente, a inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, está em 4,68%, portanto, acima da meta. Há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, permitindo um índice que varia de 1,5% a 4,5%.
A taxa Selic influenciará os juros cobrados nas operações de crédito, afetando diretamente o volume de dinheiro em circulação, um fator importante para a inflação.
Expectativas futuras
No último Boletim Focus, divulgado em 17 de novembro, as previsões apontavam uma expectativa de inflação de 4,46%, que foi atualizada para 4,45% em 24 de novembro.
Hoje, Galípolo participou ainda de uma audiência pública para discutir um suposto “acordo de leniência” feito por seu antecessor, Roberto Campos Neto, e o funcionamento das contas “bolsão”, um mecanismo utilizado por fintechs para movimentações financeiras.
Entenda a conta Bolsão
Esse tipo de conta, aberta por uma fintech, serve como um “reservatório” para facilitar transações financeiras de múltiplos clientes. Chamada também de “conta ônibus”, a prática pode dificultar o rastreamento de movimentações financeiras e a detecção de crimes financeiros. Investigações apontam que essas fintechs usavam contas de bancos comerciais para ocultar a origem e os destinatários dos valores.
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