Consignados do INSS: bancos crescem até 20 vezes em um trimestre

Bancos autorizados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registraram um crescimento impressionante em suas carteiras de empréstimos consignados, chegando a multiplicações de até 20 vezes em apenas três meses. Os dados foram divulgados pelo Metrópoles através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Nos últimos cinco anos, 87 instituições financeiras que firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS geraram R$ 466 bilhões com empréstimos descontados diretamente das aposentadorias. Desde 2020, esse faturamento dobrou, mesmo com relatos de fraudes e práticas enganosas que chocaram os aposentados.

No início desse ciclo, os bancos arrecadavam cerca de R$ 4 bilhões por mês. Com a pandemia, esse montante saltou para R$ 9 bilhões mensais, um aumento de 125%. O número de contratos também cresceu, passando de 23 milhões para 35 milhões, uma alta de 52%.

Entre 2020 e 2023, o número de bancos credenciados pelo INSS passou de 52 para 87. Instituições como o Agibank e o C6 Bank demonstraram crescimento exponencial. O Agibank, por exemplo, teve um aumento de 20 mil para 409 mil empréstimos ativos em poucos meses, atingindo atualmente 1,57 milhão de contratos e recebendo R$ 14,8 bilhões do INSS.

Já o C6 Bank entrou no mercado de consignados em 2020 e, apenas um ano depois, atingiu 1 milhão de contratos, subindo para 3,3 milhões em abril de 2023, gerando R$ 20 bilhões em receita com esses empréstimos.


As irregularidades mais comuns

  • Entre as queixas recebidas, destacam-se os descontos indevidos. Muitos aposentados relatam que empréstimos foram feitos em seus nomes sem seu consentimento, muitas vezes com assinaturas falsas de intermediários.
  • Outra reclamação frequente envolve a abordagem por telefone, onde os termos e valores dos contratos são distorcidos. Em alguns casos, seguros foram incluídos indevidamente.
  • A portabilidade de aposentadorias também gerou confusão. Há relatos de aposentados que descobriram ter suas aposentadorias transferidas sem autorização, muitas vezes após tentativas de obtenção de taxas mais baixas.

O que diz o INSS

O INSS informou que já rescindiu 19 acordos com bancos por descumprimento de normas. Além disso, quatro ACTs estão suspensos, e o órgão implementou medidas para garantir mais transparência e proteção aos segurados. O INSS também estabeleceu acordos para restituir mais de R$ 7 milhões a cerca de 100 mil beneficiários que foram prejudicados.

Segundo a gestão atual, conveniamentos com bancos devem obedecer rigorosamente às normas de proteção ao usuário, sem espaço para irregularidades.

O que diz o C6

O C6 Bank destacou suas melhorias no atendimento ao cliente e segurança. Com a adoção de biometria facial e outras medidas, o banco diz que o número de reclamações caiu 80% desde 2021, enquanto sua carteira de crédito consignado cresceu cerca de 290%.

O que diz o Agibank

O Agibank ressaltou que lançou a portabilidade em 2021, o que contribuiu para o crescimento. Eles afirmam seguir protocolos rigorosos de segurança e que nenhuma mudança nas contas dos clientes ocorre sem autorização explícita.

O banco sublinhou ainda que mantém baixos índices de reclamação em relação à sua base de clientes.

E você, o que pensa sobre a situação dos empréstimos consignados para aposentados? Deixe sua opinião nos comentários e vamos discutir!

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