A disputa entre o Botafogo social e a Eagle Football, que controla a SAF do Botafogo, teve um novo desdobramento nesta quinta-feira (27/11). O desembargador Marcelo Almeida de Moraes Marinho, da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu que a SAF deve informar à Justiça, antes de qualquer alienação de ativos e distribuição de dividendos, entre outras ações que possam ter impacto econômico.
Essa determinação visa garantir que o controle sobre atos que afetam financeiramente a SAF seja mantido. A decisão também pede que John Textor, administrador da SAF Botafogo, seja notificado.
Essa medida busca responder a um pedido do Botafogo Social, que alegou violações contratuais por parte da Eagle. O desembargador observou que ambos os lados trouxeram acusações de violações contratuais e questionaram a administração, destacando preocupações sobre um possível “esvaziamento patrimonial” que poderia comprometer a disputa judicial.
Se a SAF não cumprir essa nova determinação, os atos poderão ser considerados nulos.
Outros assuntos em discussão
Na mesma data, o magistrado analisou outros pedidos, incluindo um ressarcimento de R$ 155,4 milhões da Eagle e a nomeação de um interventor judicial na SAF. Embora tenha considerado os pedidos do Botafogo social “descabidos”, ele solicitou informações adicionais antes de tomar qualquer decisão.
A Eagle Football Holdings, que detém 90% da SAF do Botafogo, se manifestou contra os pedidos do Botafogo social, rotulando-os como técnicos e destinados a tumultuar o processo judicial.
Entenda a situação
- Julho de 2025: A disputa judicial entre a SAF e a Eagle se intensificou, com alegações de irregularidades na transferência de créditos para uma empresa nas Ilhas Cayman.
- Outubro de 2025: O presidente do Botafogo Social, João Paulo Magalhães Lins, se encontrou com representantes da Eagle, levantando especulações sobre a influência de John Textor.
- 24 de Novembro de 2025: O Botafogo Social apresentou uma ação judicial contra a Eagle, pedindo R$ 155,4 milhões e a suspensão da venda de ativos.
- 25 de Novembro de 2025: A SAF repudiou os pedidos, dizendo que eram infundados.
- 26 de Novembro de 2025: Conselheiros da oposição criticaram a ação do Botafogo social, alegando que poderia prejudicar o planejamento e as relações internas.
- 27 de Novembro de 2025: A Eagle pediu a rejeição dos pedidos do Botafogo social, afirmando que são tecnicamente incorretos e sem fundamentos.
Manifesto dos conselheiros do Botafogo
“O Botafogo está enfrentando tempos difíceis. A disputa entre acionistas da Eagle e da SAF já afetou a temporada atual e pode comprometer o planejamento para 2026. Todos nós, apaixonados pelo Clube, temos motivos para nos preocupar. Entretanto, em momentos como este, precisamos de responsabilidade, diálogo e serenidade.
O Clube Social, que possui 10% das ações da SAF, deveria buscar soluções construtivas em vez de recorrer à Justiça sem diálogo. Essa atitude apenas intensifica o conflito e fragiliza a relação entre as partes. É preciso lembrar que a SAF fez grandes investimentos e a gestão anterior, criticada, deve ser mantida e aprimorada por meio do debate.
Esperamos que a razão e o compromisso genuíno com o Botafogo prevaleçam. Saudações Alvinegras!”
Você tem uma opinião sobre essa situação? Compartilhe seus pensamentos nos comentários.

Facebook Comments