A indústria dos games opera com diferentes modelos de produção e parceria, que moldam como os jogos são desenvolvidos, financiados e distribuídos. Nesses debates, surgem frequentemente os termos first-party, second-party e third-party, mas muitos não sabem o que isso realmente significa. Essas classificações ajudam a entender quem está por trás de cada jogo e sua relação com as plataformas.
Neste artigo, vamos explorar essas categorias e entender sua importância no mercado global de videogames.

O que são as Parties na indústria dos games?
As “Parties” definem a relação entre o estúdio que cria um jogo e a empresa responsável pelo console. Esse vínculo determina exclusividades, financiamentos e estratégias de mercado.
First Party

Estúdios first-party pertencem diretamente à fabricante do console e desenvolvem jogos exclusivamente para sua plataforma. Esses estúdios são fundamentais para a identidade de cada sistema e possuem títulos importantes.
Criar um estúdio first-party demanda investimento significativo, pois a fabricante precisa sustentar a equipe e garantir que os jogos sejam lançados no prazo. Em contrapartida, evita o pagamento de royalties a empresas externas, mantendo controle total sobre seus produtos.
As principais empresas nesse modelo são Sony, Microsoft e Nintendo. A Sony opera os PlayStation Studios, incluindo equipes como Naughty Dog e Insomniac Games. A Microsoft reúne os estúdios sob o selo Xbox Game Studios, que responde por franquias como “Halo”. A Nintendo controla grupos como Nintendo EPD, responsáveis por séries como “Mario”.
Exemplos

Nintendo
- Nintendo EPD (“The Legend of Zelda”, “Mario”)
- Retro Studios (“Metroid Prime”)
PlayStation / Sony Interactive Entertainment
- Naughty Dog (“The Last of Us”)
- Santa Monica Studio (“God of War”)
- Insomniac Games (“Marvel’s Spider-Man”)
Xbox / Microsoft
- 343 Industries (“Halo”)
- The Coalition (“Gears of War”)
- Turn 10 Studios (“Forza Motorsport”)
- Bethesda Game Studios (desde a aquisição da ZeniMax)
Second Party

O termo second-party é usado para estúdios independentes que fazem acordos de exclusividade com uma fabricante. Eles não pertencem à empresa, mas recebem suporte para desenvolver jogos exclusivos. Essa relação oferece benefícios financeiros para os estúdios.
Estúdios como Insomniac Games e Playground Games atuaram como second-party antes de serem adquiridos. Existem também casos específicos, como o Team Ninja, que colaborou com a Microsoft.
Exemplos

PlayStation
- Housemarque (Returnal) – antiga second-party antes de ser adquirida;
- Kojima Productions (“Death Stranding”);
- Quantic Dream (“Heavy Rain” e “Detroit: Become Human”, todos como exclusivos PlayStation).
Nintendo
- Game Freak (“Pokémon”), embora independente, quase sempre desenvolve jogos exclusivos;
- HAL Laboratory (“Kirby”) – uma parceria histórica com a Nintendo.
Third Party

Os estúdios third-party são independentes das fabricantes de console e desenvolvem jogos para várias plataformas, buscando alcançar um público amplo. Eles trabalham com contratos e pagamentos de taxas de licenciamento.
Empresas como Activision Blizzard e Electronic Arts estão entre as third-parties mais conhecidas. Essas criam títulos populares para consoles, PCs e dispositivos móveis. Contudo, esses estúdios enfrentam riscos financeiros, especialmente em equipes menores, que podem cancelamentos impactar significativamente.
Após a aquisição, os estúdios continuam atuando de forma autônoma, mas com maior segurança financeira.
Exemplos

- Ubisoft: “Assassin’s Creed” e “Just Dance”.
- Electronic Arts (EA): BioWare (“Mass Effect”), Respawn Entertainment (“Apex Legends”).
- Capcom: “Resident Evil” e “Monster Hunter”.
- Square Enix: “Final Fantasy” e “Kingdom Hearts”.
- Bandai Namco: “Elden Ring” e “Tekken”.
O papel dos Publishers

Os publishers são fundamentais. Eles financiam, distribuem e comercializam os jogos, funcionando como patrocinadores e gestores de marketing. Esses profissionais asseguram que os produtos cheguem ao público com qualidade.
Os publishers de grande porte frequentemente mantêm estúdios internos, ao passo que as third-parties podem optar por publicar seus títulos por conta própria ou contratar empresas para essa tarefa. Publishers como EA e Ubisoft são conhecidos por suas grandes campanhas. Também existem publishers focados em jogos independentes, que priorizam a criatividade.
Desenvolvedores independentes

Estúdios independentes, ou indies, atuam sem vínculos diretos com publishers ou fabricantes. Muitos se autopublicam e dependem de divulgação orgânica para alcançar o público.
O crescimento das lojas online, como Steam, ajudou os indies a lançarem seus jogos globalmente. Alguns também criam ferramentas ou softwares que auxiliam no desenvolvimento de títulos maiores.
E aí, o que você acha sobre essas classificações na indústria dos games? Comente sua opinião ou compartilhe alguma experiência que teve com jogos!

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