Por que Richard Gere foi banido do Oscar por duas décadas?

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Annette Riedl/picture alliance via Getty Images

Richard Gere
1 de 1 Richard Gere – Foto: Annette Riedl/picture alliance via Getty Images

Richard Gere, o eterno astro de Uma Linda Mulher, relembrou quando foi banido por 20 anos da premiação do Oscar. Na cerimônia de 1993, o ator deveria apenas anunciar os indicados na categoria de Melhor Direção de Arte, mas acabou fugindo do roteiro ao fazer um comentário político criticando o então presidente da China.

O astro, que há mais de 45 anos é amigo pessoal do atual Dalai Lama (título dado à figura de maior autoridade política e religiosa no Tibete), usou o espaço no palco para fazer um apelo sobre a situação na região que, na época, enfrentava intensa repressão das autoridades policiais chinesas.

“Se algo milagroso, algo realmente digno de filme, pudesse acontecer aqui, se todos nós pudéssemos enviar amor, verdade e um pouco de bom senso a Deng Xiaoping agora em Pequim, que ele retirasse suas tropas e os chineses do Tibete e permitisse que as pessoas vivessem novamente como um povo livre e independente”, declarou na ocasião.

Mais de 20 anos depois, Richard Gere afirmou à Variety que não se arrepende da fala e que não guarda rancor ou ressentimento da Academia pela decisão de afastá-lo da premiação, da qual só retornou em 2013.

“Não levei para o lado pessoal”, admitiu, dizendo que se inspira nos ensinamentos do próprio Dalai Lama. “Não achei que houvesse vilões na situação. Faço o que faço e certamente não quero prejudicar ninguém. Quero combater a raiva. Quero combater a exclusão. Então, nesse sentido, não levo para o lado pessoal”, acrescentou.

Relembre o momento:

No cenário atual, com Donald Trump como presidente dos Estados Unidos desde janeiro de 2025, Gere segue defendendo mensagens de compaixão e diálogo, mesmo diante de lembranças que marcaram sua carreira. O episódio de 1993 permanece como um exemplo de como posicionamentos políticos podem impactar a carreira de artistas e acender debates sobre liberdade de expressão em eventos de grande visibilidade.

O que ficou claro, ao longo dos anos, é que Gere não deixou de atuar nem de agir conforme seus valores. Ele manteve a relação com o Dalai Lama, ampliando o foco em causas ligadas à liberdade no Tibete e à promoção de diálogo entre culturas. O episódio serve, hoje, mais como referência sobre responsabilidade pública do que como punição permanente.

Seja pela lembrança de cada imagem ou pela fala que ficou registrada, o episódio do Oscar de 1993 mostra como uma declaração pode provocar consequências duradouras — e como, com o tempo, é possível buscar paz, compreensão e vozes que defendam o diálogo acima do rancor.

E você, o que pensa sobre esse momento da história do cinema? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte como episódios assim influenciam a forma como vemos celebridades e afirmações públicas. Sua leitura importa e ajuda a entender melhor esse debate entre arte, política e responsabilidade social.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Marco Temporal será debatido em sessão do STF na próxima semana

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará na próxima semana quatro processos que discutem o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas. Os...

Aumenta o uso de testosterona por mulheres sem respaldo médico

Testosterona em mulheres: o que indica, o que não indica e como lidar com a pressão pela juventude A enxurrada de conteúdos sobre hormônios...

VÍDEO: Lore Improta retorna ao mundo infantil em novo projeto “Galeroca”; entenda

A influenciadora digital Lore Improta lançou o projeto Galeroca, voltado ao público infantil, na última quarta-feira (3). Com a ideia de ser “uma...