A embarcação bombardeada duas vezes por militares norte-americanos no Caribe, no dia 2 de setembro deste ano, não tinha os Estados Unidos como destino. Os supostos traficantes venezuelanos estavam indo ao Suriname, na América do Sul.
O ataque, que não deixou sobreviventes, foi o primeiro de uma série de mais de 20 bombardeios realizados por militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, como parte de uma ação para combater o tráfego internacional de drogas para os Estados Unidos.




Em pronunciamento, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o segundo ataque, sob justificativa de “garantir a destruição do barco”. No entanto, o manual do Pentágono sobre direito de guerra determina que combatentes feridos, doentes ou náufragos não representam mais uma ameaça e não devem ser atacados.
Parlamentares democratas acusam as Forças Armadas dos EUA de crimes de guerra, e convocaram o comandante da operação, almirante Mitch Bradley, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, para prestar esclarecimentos ao Congresso, no Capitólio. Após a audiência, os congressistas contaram que viram os vídeos das operações e manifestaram preocupação com a atuação na América Latina.
O deputado democrata Jim Himes afirmou aos jornalistas que os dois sobreviventes do primeiro bombardeio pareciam estar “em claro sofrimento, sem qualquer meio de locomoção”, classificando o segundo ataque como “uma das coisas mais perturbadoras que já vi” em sua carreira pública. Já os republicanos minimizaram o caso e defenderam a operação. O senador Tom Cotton disse que a ação foi “totalmente legal e necessária”.
O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira (3/12) que apoiava o segundo ataque. “Eu apoio a decisão de afundar os barcos”, afirmou aos jornalistas.
A situação acende o debate sobre soberania, direitos humanos e o combate ao tráfico de drogas na região. E você, o que pensa sobre essa operação? Comente abaixo com sua opinião.


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