No Rio de Janeiro, o modelo de negócio que sustenta as milícias é a extorsão de moradores e comerciantes, e ele continua em expansão. Segundo o delegado Álvaro Gomes, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, esse crime se tornou a principal fonte de fortalecimento dessas organizações.
- O esquema se espalhou por várias localidades da Zona Oeste e se firmou como um mercado clandestino que financia, com pressão, a manutenção do poder armado.
- O que chamam de taxas é, na prática, extorsão. Inicialmente, sob o pretexto de oferecer proteção, cobravam comerciantes. Com o tempo, atingiram também os moradores da área.
- A milícia percorre as ruas como uma escolta armada, cobrando mensalidades para “garantir” que a cidade viva sem transtornos, sempre sob ameaça.
- O transporte alternativo também ficou sob controle. Donos de vans e pontos de mototáxi, que antes atendiam os moradores, passam a depender de uma licença imposta pelos milicianos; quem não paga fica impedido de trabalhar.
- A venda de gás foi monopolizada, com depósitos tomados e preços mais altos para forçar a compra apenas com eles.
- Também passaram a dominar serviços básicos como internet e telefonia, criando pacotes clandestinos e forçando a contratação.
- Copiados pelas facções: os grupos criminosos perceberam o potencial financeiro e replicaram o modelo. O tráfico, o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Comando Vermelho (CV) adotam a mesma lógica nas regiões.
- Esses negócios, segundo o delegado, enriquecem as organizações e viabilizam a compra de armas, contribuindo para o aumento das guerras territoriais. Esse ciclo nefasto vai se retroalimentando.
“Esses negócios foram copiados pelo tráfico, pelo Terceiro Comando Puro (TCP) e pelo Comando Vermelho (CV). Hoje, as facções adotam a mesma lógica nas regiões. Eles cobram pelo gás, instalam caixas d’água, impõem taxas de energia e os moradores ficam reféns”, disse.
A expansão desse modelo mostra como a renda criminosa se transforma em controle social, favorecendo a violência e consolidando o poder de quem domina as ruas. A discussão continua aberta para entender caminhos de redução de danos e proteção aos cidadãos.
E você, o que pensa sobre esse tema? Deixe sua opinião ou relato nos comentários para a gente entender melhor como isso impacta a cidade.

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