A transferência de Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão, aconteceu na noite de sexta-feira (5), quando ele deixou o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, rumo a Bangu 1, no Rio de Janeiro. Ele é considerado pela Polícia Federal uma das principais figuras na associação do Comando Vermelho com políticos fluminenses e está preso desde setembro.
Esse movimento ocorre na mesma semana em que Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, foi preso pela Polícia Federal, suspeito de passar informações confidenciais sobre a operação que resultou na prisão do ex-deputado Thiego Raimundo Oliveira Santos, conhecido como TH Jóiás.
A mudança de unidade, que ocorreu de forma discreta, levantou rumores sobre a possibilidade de um acordo de colaboração premiada envolvendo o detido, a Polícia Federal e representantes do Ministério Público, que também estão investigando o caso. Para não perder a vaga no sistema prisional federal, outro detento de destaque, Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, foi transferido na manhã de domingo (7) para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.
Segundo a PF, TH Jóiás, preso em 3 de setembro, era ligado ao Comando Vermelho e tinha o papel de usar sua influência política para favorecer a facção, inclusive avisando-os sobre operações policiais. Um projeto estava até nos planos para lançar Índio do Lixão como candidato a vereador em Duque de Caxias, área onde dominava diversas atividades criminosas.
Além disso, as investigações indicam que TH Jóiás estava envolvido em lavagem de dinheiro e na compra de drones utilizados em ataques contra policiais e moradores de regiões fluminenses. Essas evidências surgiram após a quebra de sigilo de dados telefônicos durante a Operação Zargun, que resultou na prisão de 15 pessoas em setembro.
A relação entre Índio do Lixão e o ex-deputado vai além do crime. Informações extraídas do celular do traficante revelam eventos privados e homenagens a TH Jóiás, que visitava sua residência no Complexo do Alemão. A PF ainda investiga um possível relacionamento amoroso entre eles. O assessor Eduardo Cunha Gonçalves, também preso, é apontado por ter articulado a nomeação de Fernanda Ferreira Castro, esposa de TH Jóiás, para um cargo na Alerj, além de negociar com facções a compra de drones.
Esse cenário revela um entrelaçamento preocupante entre o crime organizado e a política no Rio de Janeiro. O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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