CNPq anuncia nova chamada de R$ 624 milhões para fixar doutores no Brasil

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Poucos dias após assumir a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Olival Freire Junior, 71, anunciou que o órgão lançará ainda neste mês uma nova chamada do programa Conhecimento Brasil (Profix-CB). O investimento é de aproximadamente R$ 624 milhões distribuídos ao longo de quatro anos.

Em entrevista, Freire Junior confirmou que o novo edital, denominado Programa de Apoio à Fixaçao de Doutores no Brasil (Profix-CB), dará continuidade ao projeto iniciado sob a gestão de seu antecessor, Ricardo Galvão, voltado para atrair e fixar pesquisadores com doutorado no país.

A chamada oferecerá cerca de mil bolsas de R$ 13 mil mensais (por quatro anos), custeadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O projeto será uma parceria com as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) e a Capes. As FAPs terão até fevereiro de 2026 para manifestar interesse, com a expectativa de iniciar as chamadas regionais em março.

Olival Freire Junior destacou que a distribuição das bolsas será feita em alinhamento com a Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia (2024–2034), que inclui áreas prioritárias como inteligência artificial (IA), bioeconomia, energias renováveis e redução das desigualdades. O grande diferencial será o foco regional.

“As áreas de conhecimento espelham as prioridades da Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia, mas cada fundação vai poder indicar quais são as prioridades que ela tem para absorver e como ela fará a seleção. Nós vamos, portanto, lidar com esse foco de prioridades regionais.”

O presidente afirmou que este novo modelo visa corrigir o problema de concentração observado na primeira fase do programa Conhecimento Brasil, quando cerca de 51% dos valores aprovados foram destinados a instituições do Sudeste, como USP, UFMG e Unicamp.

“Cada estado terá um número de bolsas de modo que não correremos o risco, por exemplo, de um edital como esse levar a uma excessiva concentração nos grandes centros de ciência e tecnologia que estão no Sudeste do país,” explicou Freire Junior.

A avaliação da primeira fase do programa foi considerada extremamente positiva, tendo selecionado 567 pesquisadores, um número “acima das nossas expectativas”, segundo o novo presidente.

Olival Freire Junior ressaltou que sua gestão será de continuidade em relação à administração anterior. No entanto, ele enfatizou a necessidade de maior comunicação e interatividade do CNPq com a sociedade, citando a importância de estar “sintonizado nas redes sociais” e de melhorar a divulgação dos resultados científicos.

Como parte das comemorações dos 75 anos do conselho em 2026, Freire Junior propôs ao presidente Lula a realização de um encontro com o que chamou de “chão de fábrica da ciência”, permitindo que pesquisadores conversem diretamente com o presidente sobre os desafios e pontos positivos da gestão na área.

O CNPq também mantém o compromisso de lançar um edital para atrair pesquisadores estrangeiros experientes, com foco inicial em cientistas dos Estados Unidos que possam estar sofrendo cortes de financiamento sob o novo governo. Este edital, contudo, ainda está sendo desenhado.

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