1. A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, desembarcou em Oslo, na Noruega, para uma aparição pública rara na varanda de um hotel durante a madrugada de quinta-feira, 11/12.
2. Machado não era vista há quase um ano e viajou à Noruega para receber o Prêmio Nobel da Paz, mas não conseguiu chegar a tempo. A cerimônia ocorreu no dia 10/12, e a filha da homenageada, Ana Corina Machado, recebeu o prêmio em nome da mãe.
3. A venezuelana vive escondida no país e fez a viagem arriscada justamente para receber a honraria, já que o governo de Nicolás Maduro a proibiu de deixar a Venezuela.
4. Segundo o Wall Street Journal, Machado deixou a Venezuela de barco na terça-feira, 9/12, foi para Curaçao e, de lá, pegou um voo para Oslo. Toda a operação foi mantida em segredo para evitar a detenção pelo governo venezuelano.
5. Na entrega do prêmio, Ana Corina leu o discurso da mãe e destacou a infinita gratidão ao Comitê Nobel pela distinção.
6. A filha também afirmou que, em poucas horas, Machado poderia abraçar a equipe em Oslo, após 16 meses vivendo escondida.
7. O Nobel entregou a Ana Corina a medalha de ouro, o diploma e o prêmio de US$ 1,2 milhão (aproximadamente R$ 6,5 milhões).
8. Ao anunciar o Nobel, em outubro, o Comitê destacou o trabalho incansável da venezuelana pela defesa da democracia e por uma transição pacífica no país. Em mais de 80 cidades ao redor do mundo, venezuelanos realizaram atos da “Marcha pela Paz e Liberdade” em apoio à líder.
9. Machado afastou-se da vida pública desde janeiro, quando contestou a posse de Maduro para o terceiro mandato. Ela alega fraude na reeleição e divulgou registros de votos das urnas eletrônicas, acusações rejeitadas pelo chavismo, mas reconhecidas por parte do cenário internacional.
10. Controvérsias e protestos também deram o tom em Oslo. Grupos pacifistas noruegueses protestaram diante do Instituto Nobel com faixas como “Não ao Nobel para belicistas” e “EUA, tirem as mãos da América Latina”.
11. Machado é criticada por apoiar operações militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, que resultaram em dezenas de mortes em ataques a embarcações tidas como suspeitas de narcotráfico pelo governo norte-americano.
12. No Centro Nobel da Paz, a mostra Democracia à beira foca a trajetória da oposição, enquanto curadores admitem que a escolha gerou atenção incomum e reações fortes tanto no país quanto no exterior.
Por fim, a cerimônia e as movimentações ao redor do Prêmio Nobel da Paz reverberam entre quem defende a democracia venezuelana e quem critica intervenções internacionais, mantendo a dúvida sobre os rumos políticos da Venezuela e a atuação de seus rivais no cenário global. Quer compartilhar sua opinião sobre esse desfecho e o papel da oposição venezuelana? Deixe seu comentário abaixo e conte o que você pensa sobre os próximos passos para a democracia na região.

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