O chanceler alemão Friedrich Merz recebe nesta segunda-feira, em Berlim, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, junto de líderes europeus, da Otan e da União Europeia. A reunião, em duas etapas, visa avançar as negociações de paz na Ucrânia, com a participação dos americanos e de aliados europeus. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria buscando um acordo até o Natal.
Os EUA intensificam a pressão sobre Kiev para chegar a um cessar-fogo com a Rússia. Segundo Trump, há um prazo até o Natal para que a Ucrânia aceite seu plano de paz. Zelensky afirmou que os EUA demonstram compromisso com a conclusão do acordo o mais rápido possível.
Possível encontro no fim de semana
Segundo fontes, pode haver uma reunião entre americanos, ucranianos e países do grupo E3 (Alemanha, França, Reino Unido) ainda neste fim de semana, com outra reunião prevista para segunda-feira em Berlim. Trump disse que enviaria um representante à Europa se houver chances reais de cessar-fogo. A reunião bilateral Merz Zelensky, por sua vez, deverá tratar da cooperação econômica entre os dois países no fórum germano?ucraniano.
As negociações para um acordo de paz se intensificaram após o plano apresentado por Trump há cerca de três semanas. Segundo Kiev, o objetivo é aproximar as partes, com garantias de segurança para a Ucrânia e condições para eventuais ajustes territoriais.
Sem concessões territoriais
Kiev entregou nesta semana uma versão revisada do texto com suas propostas. Zelensky confirmou que os EUA desejam fechar o acordo o quanto antes, e Merz afirmou que a questão central é entender quais concessões territoriais a Ucrânia estaria disposta a fazer, sem abrir mão de sua integridade.
A imprensa europeia informa que os EUA propõem a criação de uma zona econômica livre na parte do oblast de Donetsk ainda controlada por Kiev, com supervisão internacional. Zelensky explicou que a Rússia não governaria essa área, ao contrário da ideia de uma zona desmilitarizada.
Garantias de segurança
A posição francesa reforçou que os ucranianos não assinaram acordos sobre territórios nem cogitam uma zona desmilitarizada. Segundo o governo francês, é necessária total clareza sobre as garantias de segurança que europeus e americanos podem oferecer à Ucrânia antes de qualquer ajuste territorial.
Adesão da Ucrânia à UE?
O plano americano também inclui a adesão da Ucrânia à União Europeia já em 2027, segundo fontes diplomáticas. Embora seja um tema sensível e sujeito a negociação, algumas informações indicam que está presente na versão final das propostas. A adesão rápida parece improvável devido a divergências entre membros da UE, incluindo a Hungria, e ao ritmo das negociações.
A versão inicial do plano americano – vista como favorável a Moscou – foi revisada várias vezes. As negociações permanecem travadas sobretudo nas questões territoriais, com os EUA exigindo concessões relevantes por parte da Ucrânia. Zelensky já sinalizou que, em qualquer cenário, eleições ou referendo seriam necessários para decidir sobre territorialidade.
O conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Uchakov, afirmou que Moscou ainda não viu a nova versão do plano dos EUA revisado por Kiev e seus parceiros europeus, destacando que há muitos pontos que podem desagrado. Em entrevista, ele mencionou que um cessar-fogo só seria possível após a retirada das tropas ucranianas do Donbass, por meio de negociação ou por ações militares.
O leitor pode acompanhar o desdobramento das negociações e as reações internacionais conforme os próximos passos. Qual é a sua leitura sobre as propostas em discussão e o caminho para um acordo duradouro na região? Compartilhe seus comentários e opiniões abaixo.

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