Neste domingo (14/12), capitais brasileiras registraram protestos contra o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria no Congresso, que altera regras de progressão de pena e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. As manifestações reuniram pautas diversas, incluindo críticas ao Congresso, ao governo e a questões como a demarcação de terras indígenas. O movimento também pediu a saída do presidente da Câmara, Hugo Motta, e ganhou eco em várias cidades do país.
Rio de Janeiro
A concentração na capital fluminense foi marcada para as 14h, na altura do posto 5 da Praia de Copacabana, com presença de políticos de esquerda e artistas. O ato, intitulado “Ato Musical 2: O retorno”, teve adesão de Caetano Veloso e Paula Lavigne, que já haviam promovido outra manifestação contra medidas do Legislativo. Segundo o Monitor do Debate Político da USP, em parceria com a ONG More in Common, o pico do ato foi estimado em 18,9 mil pessoas, com shows de grandes nomes da MPB. Fernanda Torres também participou, destacando a defesa da democracia e das florestas brasileiras.
Confira imagens que acompanharam o ato: o registro mostra a mobilização em Copacabana, com cartazes contra o “regime” e críticas ao deputado Motta, além de mensagens de respaldo à democracia.
Veja imagens:













Essa seleção de imagens documenta a diversidade de atos pelo país, com foco em Brasília, São Paulo e outros centros, mostrando reclamações ao Legislativo e apoio à democracia.
São Paulo
Em São Paulo, manifestantes ocuparam a Avenida Paulista. O Monitor da USP aponta cerca de 13,7 mil pessoas no auge, com variação de 12,1 mil a 15,4 mil estimadas pela margem de erro. A mobilização foi organizada por frentes como Povo Sem Medo e Brasil Popular, com participação de MST e MTST.
O ministro Guilherme Boulos (PSOL) compareceu ao ato, chamando o PL da Dosimetria de “anistia envergonhada”. A esposa do ministro, Natália Szermeta, vaias dirigidas a Motta também foram registradas, e especula-se que ela possa disputar a Câmara Federal em 2026.
Brasília
Em Brasília, a concentração ocorreu pela manhã no Museu Nacional da República e seguiu em direção ao Congresso, guiada por trio elétrico. A Polícia Militar local calculou a presença de cerca de 5 mil participantes. Cartazes repetiam críticas ao Congresso e a Hugo Motta, com menos menção a Bolsonaro do que ao presidente da Câmara.
Além de críticas ao PL da Dosimetria, houve apelos para levar em conta a democracia e o estado de direito, com participações de artistas e figuras públicas que destacaram a necessidade de frear retrocessos.
PL da Dosimetria pode beneficiar Bolsonaro?
O PL, aprovado na madrugada anterior após pressão popular, propõe alterações na progressão de pena, reduzindo o tempo necessário para a troca de regime. Em crimes contra o Estado Democrático de Direito, a mudança é ainda mais discutida, com argumento de que a medida pode favorecer o ex-presidente Bolsonaro.
Caso o texto seja aprovado pelo Senado, a estimativa de pena de Bolsonaro cairia de 27 anos e 3 meses para 20 anos e 8 meses, com possível remição de parte do tempo por cumprimento domiciliar. A análise está prevista para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana, com perspectivas de votação no plenário.
Saiba onde os atos aconteceram
Entre as cidades que registraram protestos, destacam-se Brasília, Florianópolis, Belo Horizonte, Natal, João Pessoa, Cuiabá, São Luís, Campo Grande e Manaus, além de ações em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Goiânia, Vitória, Porto Alegre, Porto Velho e Curitiba. Os atos abordaram não apenas a dosimetria, mas também pautas sociais, ambientais e democráticas.
Converse com a gente: você acompanhou as manifestações na sua região? Qual é a sua leitura sobre o PL da Dosimetria e seu impacto? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre o tema.

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