Líder do Comando Vermelho em SP, Bode foi batizado pela facção no Rio

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Líder do Comando Vermelho atua com força no interior de SP e reforça rede criminosa, aponta Gaeco

As conversas obtidas por meio de quebra de sigilo telemático, analisadas pelo Gaeco, apontam para uma organização criminosa com divisão de tarefas e capacidade de coordenação regional.

Conforme o material obtido, Bode integrou o CV e, ao retorno ao interior paulista, assumiu papel central na engrenagem criminosa, atuando como dono e distribuidor de drogas prontas para o consumo, em associação estável com outros investigados, envolvendo também o comércio ilegal de armas.

A projeção de Bode ganhou força após a prisão, em maio de 2023, de Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, antigo responsável pelo controle do tráfico na região. A ofensiva dele contra o PCC também ficou evidente, com uma frente de guerra ampliada pela facção fluminense.

Dinâmica de violência

No processo, o Judiciário descreve que, já integrado ao CV, Bode espalhou o terror em Rio Claro e na região, ordenando homicídios direcionados a membros do PCC. Trata-se de uma disputa que excedeu o varejo do tráfico e passou a ditar a dinâmica da violência local.

A decisão ressalta a periculosidade e a audácia atribuídas ao grupo, elemento central para a decretação da prisão por tempo indeterminado, com base na garantia da ordem pública.

A investigação teve origem em material compartilhado pela Polícia Civil de Minas Gerais, a partir da quebra de sigilo de um parceiro de Bode, Lucas Henrique Rocha Pereira, apontado como grande distribuidor de drogas. A análise revelou ramificações no interior paulista e levou à instauração de apuração para apurar a atuação da organização em Rio Claro e cidades vizinhas.

No centro dessa trama, Bode aparece como elo entre o batismo simbólico no Rio de Janeiro e a prática violenta no interior de São Paulo. O reconhecimento pelo CV, segundo as investigações, não foi mero gesto ritual: foi o ponto de inflexão que consolidou sua ascensão e redesenhou o mapa do crime organizado na região, hoje considerada da região de Campinas.

Ex-parceiro de Magrelo

Como já mostrado pelo Metropoles, Magrelo liderava uma quadrilha que se fortaleceu localmente, criando uma estrutura para competir com o PCC pela disputa de territórios no interior paulista.

Levantamento do Gaeco, órgão do Ministério Público de São Paulo (MPSP), mostra que a quadrilha rioclarense já expandiu a atuação para pelo menos sete cidades do interior: Jundiaí, Sumaré, São Carlos, Pirassununga, Americana, Leme e Louveira. Fontes policiais ouvem relatos de que, até julho deste ano, ao menos sete integrantes do PCC foram mortos, enquanto três integrantes ligados a Bode também teriam sido identificados como óbitos.

“O Bode está ‘correndo junto’ com o Comando Vermelho. Está assumindo posição de líder local. Ele matou muita gente do PCC este ano. Os homicídios mais recentes são o troco que o PCC está dando nele. O Bode exagerou na dose”, disse um policial, sob condição de anonimato.

Segundo o promotor Lincoln Gakiya, especialista em crime organizado, o PCC estaria entrando no tráfico internacional de cocaína, o que renderia bilhões de reais à facção paulista. O CV, de acordo com apurações do serviço de inteligência da Polícia Militar, teria acolhido Bode em morros cariocas após a morte decretada do atual líder do tráfico local pelo PCC.

Resumo: o mapa do crime organizado na região de Campinas se reorganiza, com Bode consolidando-se como elo entre o batismo no Rio e a atuação no interior, e com a violência alimentando uma disputa prolongada entre CV e PCC.

A população local observa uma escalada de violência, com possíveis desdobramentos em novas ações repressivas e investigações em curso para mapear a extensão da rede e as ramificações em cidades vizinhas.

Quer ficar por dentro dos desdobramentos dessa atuação do crime organizado na região? Deixe seu comentário com sua leitura sobre como a disputa entre facções pode impactar a segurança local e o comércio na sua cidade. Qual aspecto dessa ofensiva você acha que merece mais atenção das autoridades?

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