Cinco cristãos condenados a penas que ultrapassam 50 anos de prisão, no Irã

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Um grupo de cinco cristãos iranianos foi condenado a somar mais de 50 anos de prisão, em veredictos anunciados no dia 21 de outubro, mas comunicados apenas no fim de novembro e no início de dezembro, conforme o grupo de direitos humanos Article 18. Aida Najaflou, 44 anos, recebeu 10 anos sob o Artigo 500 alterado do código penal, mais cinco anos por “reunião e conluio” e dois por acusações de propaganda em redes sociais, totalizando 17 anos. As demais condenações ficaram com Lida Shahbazian (8 anos) e, cada um, Joseph Shahbazian e Nasser Navard Gol-Tapeh (10 anos), além de uma quinta mulher cuja identidade não foi divulgada. Najaflou e Gol-Tapeh receberam ainda cinco anos adicionais pela segunda acusação de conspiração, segundo o Artigo 18.

Segundo o grupo, o julgamento apresentou falhas de due process, com detenção prolongada e fiança elevada. Shahbazian não teve fiança oficialmente estipulada; Najaflou e Gol-Tapeh tinham fianças de cerca de US$ 130 mil e quase US$ 250 mil, respectivamente. Os condenados ficaram detidos por sete meses antes de comparecerem ao tribunal, presido pelo notário juiz Abolqasem Salavati na 15ª Vara do Tribunal Revolucionário de Teerã, com as informações oficiais chegando às autoridades apenas nas últimas semanas, conforme o Article 18. Najaflou enfrenta artrite reumatoide e recebeu tratamento hospitalar após uma ferida cirúrgica na coluna que se infeccionou na prisão.

O Comitê de Mulheres do CNRI (Conselho Nacional da Resistência do Irã) afirmou que, de acordo com a lei de penas cumulativas, Najaflou deverá cumprir a pena máxima de 10 anos, mesmo o total somado excedendo esse teto. Seu estado de saúde permanece crítico, com risco de paralisar por causa da lesão na medula descrita pela organização, que também sustenta que a condição se agravou desde a cirurgia na coluna.

O promotor do caso descreveu que o protestantismo e o “cristianismo sionista” seriam a mesma coisa, insinuando que organizações cristãs iranianas no exterior seriam agentes de inteligência estrangeira, sem apresentar provas. Sobre Shahbazian, o promotor ressaltou orgulho nas “atividades criminosas” de evangelização; Gol-Tapeh foi descrito como distribuindo Bíblias e materiais cristãos, justificando seus atos pela fé. Segundo o Article 18, tais argumentos refletem distorções da realidade para justificar a violação judicial.

A Portas Abertas classifica o Irã em nono lugar na Lista Mundial da Perseguição de 2025, destacando que, apesar da perseguição, a igreja iraniana continua a crescer. O caso é visto por defensores como exemplo de restrições contínuas a fiéis que expressam sua fé de forma simples, como compartilhar leituras e distribuir Bíblias, prática comum entre cristãos locais.

Como você vê a situação dos direitos religiosos no Irã? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe seu ponto de vista sobre o equilíbrio entre fé, lei e direitos humanos.

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