Meta description: Acordo UE-Mercosul após 25 anos de negociação, eliminação de tarifas, impactos na agricultura, indústria, energia e tecnologia; cronograma de assinatura e polêmicas entre governos e Parlamento Europeu.
Após 25 anos de negociações, a União Europeia e o Mercosul chegaram a um acordo que prevê eliminar a maior parte das tarifas entre as regiões. O comércio entre os blocos envolve 270 milhões de consumidores no Mercosul e 450 milhões na UE. O tratado deve favorecer exportações europeias de automóveis, máquinas, bebidas alcoólicas, chocolate, azeite e queijos, e abrir espaço para carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. Além disso, reforça a cooperação em energia e tecnologia, com foco em lítio, cobre, ferro e cobalto.
No campo agrícola, a oposição é expressiva: milhares de agricultores planejam protestar em Bruxelas contra a política agrícola da UE e o acordo com o Mercosul. O acordo cria uma quota de exportação de carne bovina para a UE de 99.000 toneladas; acima desse volume, tarifas podem chegar a 40%. Pecuaristas franceses temem perder competitividade diante de padrões ambientais menos rigorosos no Mercosul.
Para a parte institucional, a Comissão Europeia aprovou um mecanismo de monitoramento para produtos sensíveis, com possibilidade de reinstauração de tarifas se o mercado se torne instável. A assinatura depende da cúpula de chefes de Estado em Foz do Iguaçu, e a aprovação final cabe ao Parlamento Europeu, o que pode ser alvo de contestações. Estão em tramitação pedidos de cerca de 150 eurodeputados para levar o acordo ao Tribunal de Justiça da UE.
Quem apoia e quem se opõe? A Espanha apoia o acordo, destacando benefícios para vinho e azeite. O chanceler alemão, Friedrich Merz, pressiona pela ratificação. Por outro lado, França e Itália defendem o adiamento; o presidente francês Emmanuel Macron afirma que os agricultores franceses não estão protegidos. A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni classifica o momento como prematuro. No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra responsabilidades de Paris e Roma.
Do ponto de vista econômico, o Mercosul pode ampliar as exportações para a UE. Dados de Eurostat indicam que, em 2024, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai venderam para a UE agroalimentares no total de cerca de 23,3 bilhões de euros. O acordo prevê cotas e tarifas diferenciadas para pecuária e exige vigilância para manter equilíbrio entre as cadeias produtivas de ambos os lados. A negociação também envolve energia, mineração e tecnologia, áreas estratégicas para as duas regiões.
A discussão continua com críticas de que grandes produtores podem se beneficiar mais do que mercados locais, e com pressões nacionais para proteger setores sensíveis. No conjunto, o acordo pode redesenhar o comércio entre a UE e o , abrindo oportunidades, mas exigindo fiscalização constante.
E você, o que pensa sobre o acordo UE-Mercosul? Deixe sua opinião nos comentários sobre os prós, contras e impactos esperados para consumidores, produtores e economia regional.

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