Resumo para SEO: investigações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), no âmbito da Operação Mosaico, apontam que o PCC estruturou no Distrito Federal uma rede de grupos de WhatsApp organizados por regiões administrativas, funcionando como centro de comando, controle e financiamento da facção.
Esses grupos vão além de simples chats: eram células operacionais que definiam a rotina dos integrantes, a arrecadação de recursos e a organização de tarefas, com atuação territorial em Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Planaltina, Gama, Paranoá e outras áreas do DF e do Entorno goiano. A FICCO é coordenada pela Polícia Federal.
A arrecadação era descentralizada, mas o controle das decisões permanecia centralizado. Cada região tinha responsáveis diretos, que prestavam contas aos níveis superiores da hierarquia do PCC.
Esses operadores locais:
- Organizavam rifas e cobranças periódicas;
- Controlavam contribuições obrigatórias de integrantes;
- Repassavam valores para instâncias superiores;
- Monitoravam o comportamento dos membros sob sua área de atuação.
Dentro dessa estrutura, um núcleo da chamada “disciplina” acompanhava integrantes de baixa hierarquia, especialmente os que estavam em liberdade. Esse setor atuava como fiscal interno da facção, avaliando condutas, cobrando resultados e aplicando sanções. Foi nesse contexto que surgem as chamadas listas da morte, registros informais que reuniam nomes de indivíduos considerados traidores ou indisciplinados.
Alvos monitorados
Conhecidos internamente como “decretados”, esses alvos passam a ser monitorados até a ordem de execução. Segundo investigadores, as listas não surgem de forma aleatória; são resultado de relatos internos, trocas de mensagens e validação por integrantes com maior poder decisório.
Em setembro de 2024, em Planaltina, um homem foi assassinado após ser “decretado” por romper com o PCC e tentar migrar para o Comando Vermelho (CV). Para os investigadores, o homicídio não foi um episódio isolado, mas o desfecho de uma decisão tomada nos ambientes digitais da facção, reforçando a tese de que a violência é precedida por um fluxo organizado de informações e ordens.
Essa rede permitia que o PCC mantivesse coesão e disciplina, mesmo com parte de seus integrantes encarcerados, demonstrando a capacidade da facção de operar de forma remota e contínua.
Operação Mosaico
A estrutura começou a ser desarticulada com a Operação Mosaico, deflagrada em 18 de dezembro, quando as forças de segurança identificaram e atingiram o que classificam como uma central de comando do PCC no Distrito Federal.
Foram cumpridos 17 mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão em diversas regiões do DF e municípios do Entorno. Mais de 100 policiais participaram da ação, envolvendo Polícia Civil, Polícia Militar, sistema penitenciário e apoio aéreo.
A operação teve como base a análise técnica de dispositivos eletrônicos, revelando a extensão da rede criminosa, a setorialização territorial e a existência de ordens relacionadas tanto ao financiamento quanto à prática de crimes violentos.
O que você acha desse modelo de organização criminosa que opera por meio de redes digitais? Deixe sua opinião nos comentários e contribua com a discussão sobre o combate a esse tipo de crime na cidade.

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