Vacinação de prematuros preocupa maioria dos pais, aponta pesquisa

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Estudo Datafolha, encomendado pela Sanofi, aponta o peso emocional da vacinação de bebês prematuros. A pesquisa “A Proteção aos Prematuros no Brasil” ouviu pais e mães de crianças de 0 a 5 anos nascidas antes das 37 semanas, em todas as regiões. A participação foi maior entre mulheres e entre quem teve filhos internados por longos períodos na UTI neonatal.

Quando o tema é vacinação, o contexto da prematuridade aumenta a ansiedade. 65% dos entrevistados consideram a experiência de vacinar como estresse de moderado a intenso; o medo de reações adversas é citado por quase metade, 24% sentem ansiedade e 11% chegam a se sentir culpados por acharem que estão fazendo os pequenos sofrerem.

“Os pais de prematuros carregam uma memória de fragilidade intensa. Quando chega o momento da vacinação, muitos revivem aquele período crítico. Mas é justamente por terem maior risco de infecções graves que os prematuros precisam ser vacinados no tempo certo e com as recomendações específicas”, afirma o especialista.

Do ponto de vista médico, o infectologista pediátrico Daniel Jarovsky lembra que a prematuridade envolve grande probabilidade de internação na UTI neonatal, peso abaixo do esperado, dificuldades respiratórias e alimentares, e, em casos graves, risco de morte. Por isso, o período é marcado por aspectos emocionais e psicológicos para pais e familiares.

Importância da vacinação em prematuros: a SBIm aponta a hexavalente acelular como vacina-chave, devido a menor reação e proteção contra difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b (Meningite e pneumonia) em uma única dose. A dose é fornecida pelo SUS para bebês nascidos antes de 33 semanas ou com menos de 1,5 kg; no setor privado, está disponível para todos. Vacinas de proteção contra o vírus sincicial respiratório (VSR) também são recomendadas.

Por outro lado, atrasos na vacinação não são apenas medo: cerca de 75% dos pais já enfrentaram obstáculos como falta de vacinas, longas filas, horários incompatíveis e orientação inadequada. Ao mesmo tempo, muitos adiavam a vacinação para o momento em que a criança estivesse mais forte, embora evidências científicas defendam proteção precoce o quanto antes.

Falta de informação também pesa. 36% acreditam que o calendário é o mesmo, independentemente da prematuridade; 70% disseram ter recebido orientações claras, mas 24% relataram mensagens conflitantes ou ausência de ajuda. Em relação aos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais), apenas 39% conheceram o serviço, 31% já tinham ouvido falar e 30% não conheciam. Esses centros fornecem informações corretas sobre o calendário de prematuros, tiram dúvidas e oferecem apoio aos pais; entre quem conhece, 85% relatam ter sido bem orientados.

“Os bebês prematuros têm necessidades de saúde específicas e urgentes, e isso inclui a imunização no tempo correto e com as recomendações adequadas. Quando quase metade das famílias relata ter recebido orientações contraditórias, fica evidente a necessidade de protocolos unificados e qualificação permanente dos profissionais”, defende Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade.com.

A vacinação precoce, com orientações adequadas, é essencial para reduzir o risco de infecções graves em prematuros. O estudo reforça a importância de protocolos consistentes, acesso às vacinas e comunicação clara sobre as necessidades específicas desse grupo, incluindo a hexavalente acelular e a proteção contra o VSR.

E você, como tem acompanhado a vacinação de bebês prematuros na sua cidade? Compartilhe experiências, dúvidas ou sugestões para melhorar a orientação aos pais e a disponibilidade de vacinas.

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