Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, encerrou uma visita de três dias à Faixa de Gaza com a certeza de que, mesmo diante da destruição provocada por anos de conflito, a população local mantém o desejo de reconstruir a própria vida.
O cardeal descreveu uma sociedade extenuada, marcada pela pobreza extrema e pela ausência de infraestrutura básica. Casas, escolas e hospitais precisam ser reconstruídos, e grande parte da população vive cercada de esgoto e lixo, em meio a dificuldades que afetam o dia a dia das famílias.
Mesmo assim, Pizzaballa destacou uma forte vontade de retomar a normalidade e de construir o futuro, após encontros com homens, mulheres e crianças. Ele relatou momentos de alegria entre as crianças, especialmente durante a encenação de um presépio vivo, que emocionou os presentes.
Durante a visita, ele observou que o Natal em Gaza é celebrado sem grandes festividades, com exceção da liturgia, mas há um sentimento genuíno de alegria que marca a comunidade neste período festivo.
O patriarca ressaltou a importância de diferenciar a atuação das lideranças políticas da presença da sociedade civil, que, segundo ele, está ao lado da população e ajuda a manter a esperança mesmo em meio às dificuldades.
Sobre a paz, Pizzaballa reforçou que se trata de um conceito exigente em um território ainda marcado pela guerra. Mais do que discursos, é necessário criar condições reais, sólidas e estáveis para que a paz possa se firmar.
Numa mensagem aos cristãos, o missionário afirmou que não se deve fugir da realidade atual. Ele lembrou que Jesus entrou na história em um contexto imperfeito, assim como o vivido hoje em Gaza, cabendo às pessoas assumir esse momento histórico e trabalhar para transformá-lo.
Em coletiva de imprensa realizada em Jerusalém após a visita, Pizzaballa alertou para a gravidade da situação econômica. Embora a escassez de alimentos tenha recuado em parte, apenas poucos moradores têm condições de comprar comida. O cardeal também destacou o grande número de crianças vivendo nas ruas e manifestou preocupação com o seu futuro, em meio a um cenário de conflitos e instabilidade na região.
A atuação das forças de segurança israelenses e a violência entre palestinos continuam a impactar o cotidiano, com confrontos que se intensificaram desde o início da guerra em Gaza. Em janeiro, a operação norte-amera de repressão no norte da Cisjordânia, anunciada pelas autoridades de forma a conter grupos armados, intensificou o clima de insegurança na região.
Concluindo a passagem por Gaza, o alto clero pediu que as dificuldades não expliquem ou oprimam a esperança. O apelo é por condições estáveis que permitam à população reconstruir suas vidas, com dignidade e futuro para as novas gerações.
Como você vê o papel da comunidade internacional na reconstrução de uma região tão impactada pela violência? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe desta discussão sobre paz, convivência e futuro na região.

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