Hong Kong enfrenta traumas e exige respostas um mês após incêndio histórico

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Hong Kong enfrenta um trauma profundo quase um mês após o incêndio no Wang Fuk Court, que vitimou mais de 160 pessoas. O fogo se espalhou rapidamente, atingindo sete das oito torres do complexo em obras, cercado por malhas plásticas de proteção de baixa qualidade que podem ter contribuído para a propagação.

Entre os sobreviventes, muitos enfrentam sequelas psicológicas graves. Yip Ka-kui, 68 anos, perdeu a esposa Pak Shui-lin, que morreu enquanto tentava alertar vizinhos. Em seu celular, ele mostra fotos de momentos felizes ao lado da companheira, em viagens como o Egito, a Torre Eiffel e o Taj Mahal. “Alguns minutos de diferença entre nós e nunca mais a verei”, lamenta.

Logo após o incêndio, o psicólogo Isaac Yu mobilizou dezenas de colegas para apoiar os moradores. Ele destaca que a magnitude, a rapidez e o grau de impacto superam tudo a que estavam acostumados e teme que crises de estresse pós-traumático se tornem uma marca duradoura da tragédia. ONGs, como a Samaritan Befrienders, oferecem serviços gratuitos de saúde mental, além do apoio disponível nos alojamentos temporários.

Na cidade de 7,5 milhões de habitantes, muitos acompanharam as notícias com atenção obsessiva, o que pode gerar uma sobrecarga emocional. O especialista adverte que quem não busca ajuda pode perder a oportunidade de intervir, dificultando a prevenção de problemas mais graves de saúde mental.

A maioria dos corpos já foi identificada, mas alguns restos mortais foram carbonizados, exigindo testes de DNA, que costumam demorar. No início de dezembro, a polícia deteve 21 pessoas ligadas a diversas empresas de construção e terceirizadas, a maioria por homicídio culposo e algumas por fraude. Alguns familiares ainda aguardam respostas sobre parentes desaparecidos, o que prolonga o sofrimento.

Embora o governo ainda não tenha se comprometido com a renovação ou demolição do complexo, especialistas estimam que a realocação dos moradores levará anos, e a reconstrução de parte das torres é um tema sensível na região.

A tragédia levanta questões sobre segurança de obras, proteção de moradias e apoio à saúde mental na cidade. E você, o que acha que precisa ser feito para evitar que situações assim se repitam? Deixe sua opinião nos comentários.

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