Exilado na Espanha, Edmundo González Urrutia, adversário de Nicolás Maduro nas eleições de 2024, questionou a libertação condicional de 99 presos ocorrida durante a crise política que se seguiu à reeleição do presidente. O Ministério das Relações Penitenciárias informou que as libertações ocorreram como expressão do compromisso do Estado com a paz, o diálogo e a justiça.
Diversas ONGs confirmaram que entre 45 e 63 pessoas foram libertadas, incluindo três adolescentes e uma médica de 65 anos condenada a 30 anos por “traição à pátria” após divulgar um áudio crítico ao governo. Em sua conta no X, González Urrutia escreveu: “Celebrar uma liberdade não implica normalizar o inaceitável”. Mesmo livres, ele afirmou, esses presos ainda podem ter processos abertos, sob vigilância e sob ameaças.
O diplomata de 76 anos classificou a libertação como seletiva, mantendo muitos detentos sob pressão. “São reféns”, disse, usados para enviar mensagens e pressionar a sociedade, sendo liberados apenas quando convém ao poder, sem garantias reais.
González Urrutia também criticou o tratamento dado à sua família, citando o caso do genro Rafael Tudares, condenado a 30 anos por terrorismo, enquanto a família denunciava o seu desaparecimento forçado. “Na Venezuela, a liberdade se administra; a dignidade humana é usada como moeda. As pessoas viram instrumentos”, concluiu.
Qual a sua leitura sobre esse episódio? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe como você vê o equilíbrio entre segurança, justiça e direitos humanos nesse contexto.

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