O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para apurar possível discriminação religiosa na programação do Réveillon do Rio de Janeiro, promovido pela Prefeitura, com foco nas atrações previstas para a Praia do Leme, na Zona Sul. A investigação surgiu após reclamações de que a agenda estaria centrada em apresentações de natureza gospel, em detrimento de outras expressões religiosas.
O procedimento, conduzido pelo procurador da República Jaime Mitropoulos, converteu o que era preparatório em inquérito civil. O MPF solicitou à Prefeitura esclarecimentos formais sobre os critérios usados para escolher artistas e sobre a aplicação de recursos públicos nos eventos de fim de ano.
A repercussão ganhou força após críticas do babalorixá Ivanir dos Santos, que pediu equilíbrio na representação das crenças nas celebrações públicas. O prefeito Eduardo Paes reagiu pelas redes sociais, defendendo que a inclusão de atrações gospel não ameaça o caráter plural do Réveillon e que a cidade acolhe diversas tradições para celebrar.
Entre outras vozes, o pastor Silas Malafaia, ligado à Assembleia de Deus Vitória em Cristo, criticou as queixas e lembrou que manifestações religiosas de matriz africana ocupam espaço público na virada do ano, defendendo a diversidade de expressões religiosas e alegando que negar espaço a determinadas crenças seria preconceito.
O MPF fixou o prazo até 21 de janeiro de 2026 para que a Prefeitura informe detalhes sobre a programação e os critérios adotados. O inquérito busca avaliar se houve violação à laicidade do Estado ou discriminação religiosa no uso de recursos públicos e na ocupação de espaços destinados às festividades de fim de ano.
O debate reforça a importância de tratar de forma igualitária as diferentes tradições religiosas em eventos de grande alcance. E você, qual a sua opinião sobre laicidade e diversidade religiosa nos roteiros oficiais de fim de ano? Comente abaixo e compartilhe seu ponto de vista.

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