Dia Livre de Imposto nesta quinta (2/6): entenda o que é e o porquê da data

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O brasileiro terá que trabalhar 149 dias do ano para pagar impostos e, em um ranking de 30 países, o Brasil é o 14º que mais arrecada imposto, mas está em última colocação como país que melhor retorna o dinheiro para a população. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

 

Esta quinta-feira (2/5), em todo o Brasil, será marcada pelo Dia Livre de Impostos, quando uma imensa variedade de produtos, de chope e remédios a gasolina e gás de cozinha, serão vendidos sem o imposto imbutido nos preços.

“O objetivo principal desse dia é mostrar para a população, através de um protesto pacífico que as pessoas pagam muito imposto nos produtos que consomem, alertar e conscientizar sobre a alta tributária no país. A essência do movimento é mostrar para a população a elevada carga tributária e a falta de retorno???, explica  o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva. 

Leia: De gás de cozinha a chope, Dia Livre de Imposto atinge todos os segmentos

A ideia do protesto nasceu em 2003, com o CDL Jovem, órgão auxiliar com objetivo de complementar as ações da CDL-BH, identificando, treinando e desenvolvendo futuros líderes. De acordo com Marcelo, que integrou o CDL Jovem em 1989, sempre foi percebida essa necessidade de conscientizar a população sobre os tributos. ???A iniciativa nasceu em BH e assim ficou por uns três anos, logo depois expandimos para o estado, e agora para todo o país.??? 
 

O presidente da CDL esclarece que não há restrição para nenhum tipo de empresa de nenhum segmento para participar do protesto, mesmo que não seja associado à CDL. ???Pode ser empresa de comércio e serviços, a empresa só tem que deixar claro no site no ato da inscrição, o que ela vai colocar à disposição dos clientes sem o preço dos impostos???, explica. Para o protesto de amanhã, porém, as inscrições se encerraram nessa terça-feira (31/5)  

Por que o 2 de junho foi escolhido 

De acordo com Marcelo de Souza, o final do mês de maio é quando os brasileiros começam a finalmente gastar o dinheiro consigo mesmos, pois os primeiros cinco meses são de trabalho para pagar impostos. 

???A data escolhida é sempre final de maio ou início de junho porque é feita uma conta. Até 1º de junho, nós trabalhamos só para pagar imposto de acordo com a média calculada. A partir do dia 2, os ganhos do seu trabalho finalmente são seus. Então, tem esse parâmetro, de que agora ‘estou livre de impostos’. ?? uma carga muito pesada. Trabalhar cinco meses do ano para pagar imposto é muita coisa???, explica. 

O imposto não é excluído, é realocado

Alguns empresários argumentam que existe a ideia de que parte dos lucros vem dos impostos embutidos nos produtos e serviços. Um exemplo é o proprietário do bar e restaurante Almanaque, Fabiano Aguiar. O chope será vendido a R$ 4,99 sem impostos, enquanto, originalmente, custa R$ 11,90 para o consumidor, devido aos impostos.

O presidente da CDL-BH esclarece que o imposto será pago sim, mas não pelo consumidor desta vez. ???Alguém vai assumir a responsabilidade, ou o próprio lojista/prestador de serviços, ou o fabricante, alguma parte dessa cadeia de produção. Pode haver uma divisão, o fabricante cobre metade e o lojista metade. Há uma lógica para que tudo funcione, mostrando que a CDL está preocupada com o lojista e com o consumidor.???

Além disso, Marcelo destaca que o Dia Livre de Impostos é uma oportunidade de vendas, que também trará lucro para o lojista por outros motivos. ????? uma oportunidade para o lojista que está com um produto estocado, por qualquer motivo como mudança de estação ou negociações com o fabricante, trazer as pessoas para o seu estabelecimento. Participando do protesto, ele realiza vendas e mostra para as pessoas que ele está preocupado com a causa tributária???, disse.

Evolução do protesto ao longo de 19 anos

 

Iniciado em 2003 em nível municipal, o protesto agora de alcance nacional produz grande impacto para todos que participam dele.

De acordo com Marcelo de Souza, a evolução foi vantajosa. ???Hoje muito mais lojistas  participam do protesto, então essa informação é muito mais disseminada. Começou em BH, ganhou Minas Gerais e agora está no Brasil inteiro. Por isso, as pessoas começam a entender que isso tudo faz parte do dia a dia dela. Então, hoje percebemos a população muito mais firme, ajudando todo o setor empresarial a solicitar uma reforma tributária e administrativa???, explica. 

Ele argumenta também que o peso do Estado é muito grande sobre os impostos. ???Se não tivesse uma tributação tão alta, seria possível comprar e vender produtos melhores, com melhor preço e melhor retorno.???

O presidente da CDL-BH destaca o engajamento das pessoas e dos lojistas desde o começo do ano. “Em fevereiro, a CDL já recebe perguntas de quando será e como será a organização do Dia Livre de Impostos. Procuramos ser bem claros quanto a isso, sobre os impostos e quanto será vendido. A demanda aumentou também. Empresas que submetiam ao protesto um a dois produtos, hoje entram com 100 variedades.???

*Estagiária sob supervisão 

 

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