Dom e Bruno: Univaja questiona investigação de assassinatos pela PF

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A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) disse, por meio de nota à imprensa nesta sexta-feira (17/6), que a Polícia Federal (PF) sabia da existência de ameaças de um grupo criminoso organizado responsável por invasões à Terra Indígena Vale do Javari, localizada no município de Atalaia do Norte, no oeste do estado do Amazonas. 
A nota serviu para rebater informação divulgada pela PF, também por meio de nota, em que afirma que não suspeita da participação de mandante ou organização criminosa por trás do desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, no dia 5 de junho. Após as buscas, a corporação acredita ter localizado os restos mortais dos desaparecidos, que chegaram ontem à noite a Brasília e deverão ainda passar por perícia. 
 
“O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidenciam que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou à todo custo ocultar seus rastros durante a investigação”, destacou a Univaja.
A entidade apontou ainda que o grupo de caçadores e pescadores profissionais, supostamente envolvidos no assassinato do jornalista britânico e do indigenista, foram motivo de ofícios enviados ao MPF, à Fundação Nacional do Índio (Funai) e à PF.
“Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela Univaja em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação da EVU. Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari, do qual Pelado e Do Santo fazem parte”, disse a entidade em nota.

Polícia

No dia 17 de junho de 2022, a Polícia Federal registrou que as buscas pela embarcação utilizada pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista Dominic Phillips no dia do desaparecimento, 5 de junho, continuavam com o auxílio dos indígenas da Equipe de Vigilância da Univaja (EVU).
Por meio dos ofícios, a entidade disse que apontou supostos envolvidos na série de crimes que antecedem os assassinatos. “Descrevemos nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais”.
“Foi em razão disso que Bruno Pereira se tornou um dos alvos centrais desse grupo criminoso, assim como outros integrantes da Univaja que receberam ameaças de morte, inclusive através de bilhetes anônimos. Esse contexto evidencia que não se trata apenas de dois executores, mas sim de um grupo organizado que planejou minimamente os detalhes desse crime”, finalizou a nota, exigindo a continuidade das investigações. 

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