Milton Ribeiro: prisão é analisada por juristas

Publicado em

Tempo estimado de leitura: 2 minutos

A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, nesta quarta-feira (22/6), foi um dos assuntos mais comentados do dia. O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso em uma investigação que apura o envolvimento dele em um suposto esquema para liberação de verbas da pasta que chefiou. Na avaliação de juristas, a decisão de prender o ex-chefe do MEC demonstra que a Justiça acredita ter provas suficientes da participação dele no caso.

A advogada criminalista Larissa Jubé, do escritório Bernardo Fenelon Advocacia, explica que a prisão é o último recurso do sistema criminal. �??Pressupõe indícios robustos da existência de um crime e sua autoria. Sendo aplicável apenas quando houver o preenchimento dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, visando resguardar: a) a garantia da ordem pública, b) a garantia da ordem econômica, c) a conveniência da instrução criminal ou d) para assegurar a aplicação da lei penal�?�, aponta.

Milton Ribeiro deve participar da audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (23/6), por videoconferência. Inicialmente, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, tinha determinado que ocorresse na capital federal. No entanto, ele acatou o pedido da defesa para que o cliente continuasse no estado onde foi detido. O magistrado decidirá se mantém ou não o ex-ministro encarcerado enquanto duram as investigações.

O advogado Wagner Pozzer, do escritório Rubens Naves, Santos Junior Advogados, destaca que a prisão preventiva ocorre quando são reunidas provas e há risco de obstrução de justiça em caso de liberdade do investigado.

�??Principalmente, quando houver risco concreto de que a liberdade do imputado possa prejudicar à conveniência da instrução criminal ou à aplicação da lei penal, dentre outras condicionantes. Em análise teórica, os crimes imputados ao ex-ministro da Educação justificam essa prisão, desde que estejam embasados em elementos concretos de que a sua liberdade prejudicará o bom andamento do processo ou a coleta de provas�?�, diz Pozzer.

�??Seria o que nós chamamos de uma prisão temporária, para averiguações, para evitar que parte das provas se percam, para ele ser inquirido quantas vezes sejam necessárias�?�, destaca a advogada Carla Rahal Benedetti, do escritório Viseu Advogados.

No entanto, para o advogado Cristiano Vilela, não há elementos suficientes para justificar a prisão. �??No caso, não se tem notícia de elemento que demonstre que a liberdade do ex-ministro possa gerar algum risco às investigações. Caso não haja enquadramento efetivo no rol de possibilidades previstas no referido artigo [art. 312], a prisão deverá ser considerada ilegal�?�, defende.

Que você achou desse assunto?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- Publicidade -

ASSUNTOS RELACIONADOS

Pacheco diz que judicialização gera desconfiança entre Poderes e nega retaliação

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que tenha retaliado o governo federal por ter adiado um projeto que libera gastos extras de R$ 15,7 bi para a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o senador, o adiamento da votação, que estava prevista para esta terça-feira (30), não

Anderson Torres diz ao STF que hacker o fantasiou de médico

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 30, que o perfil dele no Facebook foi hackeado e pediu o cancelamento definitivo da conta. Ele está proibido de usar as redes sociais. Em ofício enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, os advogados afirmam que as

Quem é Jorge Seif, senador aliado de Bolsonaro que pode ter o mandato cassado pelo TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 30, o julgamento que pode levar à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC), ex-integrante do governo de Jair Bolsonaro (PL) e aliado próximo do ex-presidente. O senador é alvo de uma ação que o acusa de abuso de poder econômico e prática de caixa dois na campanha