MEC: STF decreta sigilo de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou, nesta quinta-feira (30/6), sigilo no inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação de corrupção no Ministério da Educação (MEC). 

Agora, a ministra Cármen Lúcia, relatora da ação na Corte, deve pedir uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso.
Durante a semana, foram divulgadas gravações, feitas com autorização da Justiça, consideradas pelos procuradores Ministério Público indícios de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu na investigação da Polícia Federal (PF) sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Por isso, o caso deixou a Justiça Federal e foi para o STF. 

Conversa com a filha

Em conversa com uma filha, em 9 de julho, Ribeiro disse que recebeu uma ligação em que o presidente dizia temer ser atingido pela investigação da PF.
 
Leia: Bolsonaro sobre botar a cara no fogo: ‘Exagerei’
 
“A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? �? que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, disse Ribeiro para a filha. O trecho está em investigação da Polícia Federal.
“Ele quer que você pare de mandar mensagens?”, pergunta a filha.
“Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”, questionou.

 

Ao encaminhar o processo de investigação de Milton Ribeiro ao STF, o juiz federal Renato Borelli cita três conversas em que o ex-ministro demonstra ter medo de operações da PF nas investigações sobre a influência de pastores no MEC. Clique aqui para ler a transcrição.

Prisão

 
Milton Ribeiro foi ministro da Educação no governo Bolsonaro entre julho de 2020 e março de 2022. Ele foi preso na última quarta-feira (22/6) pela Polícia Federal (PF) e solto no dia seguinte.
A prisão se deu por uma investigação que apura o envolvimento dele nos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e um suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do Ministério da Educação.
Uma decisão da quinta-feira (23) do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a suspensão da prisão do ex-ministro.  

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