Apesar de ainda não ter sido confirmado pela Corregedoria da Polícia Civil, há uma expectativa para que o delegado Rafael de Souza Horário, que atirou e matou o motorista de reboque Anderson Cândido de Melo, preste depoimento ainda hoje. Ele está preso desde o último sábado, quando se entregou após ter o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado foi indiciado na sexta-feira por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. A pena varia de 12 a 30 anos de cadeia.
O assassinato foi registrado na tarde da última terça-feira na Avenida do Contorno, na saída do Viaduto Oeste, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A discussão teria começado após o carro em que o delegado estava ser fechado pelo veículo de Anderson Cândido. Durante um bate-boca, o policial saiu do automóvel, enquanto o outro motorista teria acelerado contra ele. Rafael Horário sacou a arma e atirou em direção ao caminho, atingindo o reboquista no pescoço.
No mesmo dia, o delegado se apresentou e alegou ter agido em legítima defesa. A versão, no entanto, sempre foi contestada por familiares e amigos de Anderson Cândido. Segundo eles, a vítima era evangélica e muito tranquila. O reboquista deixou esposa e duas filhas, além de um casal de enteados.
Primeira noite
Após se entregar, Rafael Horário passou a primeira noite na Casa de Custódia da Polícia Civil, no Bairro Horto, Região Leste da capital. Na mesma unidade está acautelado o delegado Rafael Lopes Azevedo, o ??Tchô Tchô?, que é investigado pela Polícia Federal por envolvimento no tráfico de drogas, e pela Corregedoria, em uma série de crimes.
Rafael Horácio já tinha uma condenação por atirar em praça pública em Alfenas, no Sul de Minas, onde tinha sido delegado. Nesse caso, a pena foi convertida em trabalhos voluntários.
Ainda sobre as investigações relacionadas à morte de Anderson Cândido, o porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro, explicou que o caso permanece sendo apurado. Novas diligências serão feitas e mais testemunhas, ouvidas. Por lei, a entidade tem 30 dias para concluir o inquérito, mas espera-se que seja finalizado em breve.
Apesar de estar preso, o delegado continuará recebendo salário com multa de um terço dos vencimentos. Ele só perderia o cargo na corporação após uma decisão judicial ou administrativa.
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