Ato por estudante Cristal tem emoção, oração e pedido pelo fim da violência; veja fotos

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Nesta segunda-feira (8), as ruas da região do Centro de Salvador voltaram a se encher de pessoas em um ato por Cristal Pacheco, 15 anos, adolescente morta na semana passada, e por segurança para a região. Diferente do primeiro protesto pelas mesmas demandas na última quarta-feira (3), quando dezenas familiares e pessoas próximas a adolescente se manifestaram, não só conhecidos da jovem compareceram. Centenas de pessoas encheram a caminhada que saiu da Avenida Sete, passou pela Carlos Gomes e terminou no Campo Grande. 

Entre elas, moradores e trabalhadores da região, estudantes de dezenas escolas públicas e particulares da capital baiana e soteropolitanos que perderam entes queridos de forma parecida. Janete Santana, 54, perdeu o filho há quatro anos, também em um latrocínio. Ela quis afirma ter se compadecido da dor que os pais e a irmã de Cristal sentem no momento. 

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Irmã, mãe e pai de Cristal ainda estão muito abalados (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)

“Sei o que é ter um filho tirado dos braços assim. O meu foi cortar o cabelo, pegaram ele, levaram a moto e ainda o mataram com tiro. ?? uma dor que só a mãe pode saber, difícil de assimilar. Sei o que Sandra está passando e queria poder apoiar porque foi tudo o que precisei na época e fizeram por mim”, afirma Janete. 

Sérgio e Sandra, pais de Cristal, e a irmã, Fernanda, também estiveram no ato, mas não conversaram com a imprensa e optaram por não se pronunciar em público. Mãe e filha, que viram Cristal ser morta, estavam ainda muito abaladas e choraram diversas vezes durante a missa de sétimo dia realizada na capela do Colégio das Mercês, onde a adolescente estudava.

Mais do que apoiar, quem perdeu pessoas próximas para a violência foi à caminhada também para pedir segurança e justiça, por Cristal e por todos. Erival Santana, 52, padrinho de Rodrigo Castro, 24, morto a tiros enquanto pedalava no Dique do Tororó, endossou o pedido por resoluções concreta para a área de segurança pública.

“A segurança está horrível e não deveria ser assim porque se trata de um direito de todo cidadão. ?? também um. dever do Estado, que cruzou os braços para nós. Estamos aqui representando todos que morrem dessa forma, como Cristal, Rodrigo e dona Maria de Lourdes”, fala ele, citando também a idosa morta a tiro na semana passada enquanto fazia uma caminhada.

Mobilização estudantil

Para além dos moradores e trabalhadores da área, estudantes de colégios, públicos e particulares, da região foram ao ato pedir por ações de segurança que reduzam a sensação de medo na área. Dentro do protesto, foi possível identificar estudantes dos colégios estaduais Senhor do Bonfim, Central, Severino, Ipiranga e Teixeira de Freitas, como também alunos das seguintes escolas particulares: Sacramentinas, São Bento, Dois de Julho, Sartre COC e Colégio das Mercês. 

Estudante do Colégio Estadual Senhor do Bonfim, dos Barris, Raphael Barbosa, 18, disse que a presença de diversas escolas ali se deu pelo fato da insegurança na região afetar a todos. “Queremos justiça por Cristal e também respostas. A gente quer saber porque não tem policiamento nas ruas quando estamos indo e voltando da escola. ?? uma demanda geral de segurança para todos. Infelizmente, é muito normal saber de colegas assaltados e com medo de ir para aparecer nas aulas pela situação em que estamos”, fala ele, que também é diretor dos grêmkos estudantis da área.

Fabrício Reis, 18, é estudante do Colégio Estadual Teixeira de Freitas, localizado próximo a Avenida Joana Angélica. Ele corrobora com a fala de Raphael sobre a sensação de insegurança e também pede soluções. “Eu já fui vítima de assalto com cinco caras de faca na mão. Conheço várias pessoas que passaram pelo mesmo. Por isso, não aguentamos mais e queremos segurança. Queremos nosso direito que é poder ir e vir, sem medo de ser assaltado e até morto, como aconteceu com ela. Que, pelo menos, essa tragédia sirva para a mudança nessa situação que é horrível para nós”, completa.

A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) para questionar a pasta sobre possíveis ações para reforçar a segurança no centro da cidade. No entanto, não recebeu uma resposta até o fechamento desta matéria.

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