Candidato do PT ao governo da Bahia, o ex-secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues praticamente entra mudo e sai calado da própria campanha para rádio e televisão. Em 219 segundos do programa do petista exibido segunda à noite e repetido ontem à tarde no horário eleitoral gratuito na TV, a voz dele aparece em um breve trecho de 12 segundos. O que equivale a apenas 5,47% de toda a peça, cujo espaço reservado às falas é dominado de forma quase integral pelo governador Rui Costa, o senador Jaques Wagner e o ex-presidente Lula. No bloco da noite, dobrou a meta para 24 segundos.
Poucas palavras
As inserções diárias nos intervalos comerciais seguem padrão parecido, embora em proporção bem menor que a dos programas. Das três que foram ao ar na quarta-feira, só foi possível ouvir Jerônimo em uma. Rui e Wagner protagonizam as demais. Já no rádio, a mudez é plena. Nas duas únicas propagandas de 30 segundos transmitidas ontem, a voz do petista não aparece em momento algum.
Baixa audiência
Em conversa reservada com a coluna, um integrante do núcleo político da campanha de Jerônimo atribuiu o pouco tempo em que ele abre a boca nos programas e inserções para a TV ao resultado de pesquisas qualitativas realizadas, basicamente, para testar a propaganda do candidato governista antes de levar à tela. Em diferentes segmentos, há alta rejeição quando o petista fala, talvez pelas derrapadas no debate da Band em 7 de agosto e nas sabatinas, que renderam uma série de memes nas redes. A necessidade de driblar a barreira, em contrapartida, dificulta o trabalho voltado a elevar o recall de um nome ainda desconhecido pela grande maioria do eleitorado.
Parece, mas não é
Por ora, a estratégia da equipe de marketing contratada pelo PT é apostar na popularidade de Wagner, Rui e Lula na tentativa de impulsionar a imagem de Jerônimo. A expectativa é reduzir a rejeição e ampliar o tempo de fala dele de modo gradativo. No entanto, a solução gera como efeito negativo uma campanha que serve mais como braço da propaganda do ex-presidente na TV baiana, sem que o candidato a governador possa assumir o papel de porta-voz de si mesmo e das próprias propostas.
Primeira fila
Na bolsa de apostas feita por líderes da base aliada e da oposição, quatro nomes surgem como favoritos a abocanhar fatias substanciais do eleitorado da capital, quinto mais numeroso do país, na disputa por uma vaga na Câmara: o deputado estadual e ex-secretário municipal de Saúde Leo Prates (PDT) e três parlamentares que concorrem à reeleição – Lídice da Mata (PSB), Bacelar (PV) e Pastor Sargento Isidório (Avante). Todos travam uma batalha de foice para ver quem leva os maiores nacos dos quase dois milhões de votos em Salvador.
Pista livre
Caso a tendência de vitória do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) se confirme, a bancada do PV na Assembleia receberá sinal verde dos cardeais da sigla para mudar de lado, apesar da federação partidária com o PT.
Eu sei o que é o chão da escola, o que é o dia dia da sala de aula. A educação pública precisa ser levada a sério pelo estado. Nós, professores, somos os principais agentes da educação
Kleber Rosa, candidato do Psol a governador, ao cobrar o pagamento dos precatórios dos profissionais da rede estadual de ensino
Comentários Facebook