A vereadora Marilyam Mara de Oliveira Souza, acusada de cobrar pacientes por exames do SUS, em Itamogi, na região Sul de Minas Gerais, afirmou que a secretária de saúde, Priscila Marcomini Dias, sabia das cobranças. A informação foi dada durante uma reunião da Câmara Municipal nesta segunda-feira (29/8).
Marilyam informou que Priscila Marcomini Dias, filha do atual prefeito da cidade, não só tinha conhecimento, mas consentia e assinava os agendamentos pagos. A vereadora também é funcionária da Secretaria de Saúde.
No entanto, segundo a Prefeitura de Itamogi, o documento apresentado pela acusada demonstra que a autorização feita pelo órgão municipal de Saúde era para pagamento pela prefeitura, ???conforme credenciamento, jamais pelo paciente.???
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que as apurações estão em andamento e prestará mais informações após a conclusão do procedimento investigativo.
Prefeitura se posiciona
Segundo o procurador-geral de Itamogi, Vinícius Vieira, a denúncia foi feita pela secretária de saúde para investigação do caso. ???Diante disso, o prefeito instaurou uma comissão para apurar os fatos e, no momento, está em processo administrativo disciplinar. Estamos recolhendo algumas diligências, a fim de partir para o interrogatório da funcionária Marilyam???, afirmou.
Além disso, Vieira afirma que a investigada está afastada preventivamente. ???Todas as vítimas ouvidas confirmaram que a vereadora cobrava para dar agilidade ao atendimento. Na circunstância, ela pedia que os pacientes fossem sigilosos e avisava que o dinheiro era encaminhado ao médico ou motorista da cidade???, disse.
Em relação ao envolvimento da secretária de saúde do município, a prefeitura informou que, pela ausência de indícios de qualquer participação do órgão público, ???inexistindo denúncia expressa acompanhada de provas mínimas de consentimento???, não houve motivo para afastar Priscila.
O Estado de Minas entrou em contato com Marilyan, mas ainda não obteve resposta.
Entenda o caso
Marilyan também era responsável por agendar consultas de exames. A Secretaria de Saúde de Itamogi passou a desconfiar das cobranças, depois de um paciente ligar na prefeitura solicitando a nota fiscal do pagamento do exame, para declarar no imposto de renda. No dia 1º de agosto, foi instaurado uma sindicância.
A vereadora é acusada de cobrar por exames que a Prefeitura Municipal de Itamogi já teria feito o pagamento integral. Foram ouvidas cerca de 30 vítimas, que afirmaram ter entregado o dinheiro diretamente à Marilyan. A média é de R$ 500.
Além disso, conforme a prefeitura, ela chegou a buscar o dinheiro na residência de alguns pacientes. O caso é considerado corrupção ativa e a PCMG apura mais informações.
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