O estado de saúde do ambulante Edilson Lopes de Assis, 48 anos, que foi baleado na frente de casa, na Rua Simone Barrada, durante um tiroteio entre suspeitos de roubo e policiais militares na manhã do último domingo (11), no bairro Jardim Nova Esperança, em Salvador, é grave.
Hélio de Assis, 55, que é tio da vítima e acompanha de perto a situação do sobrinho no Hospital Geral do Estado (HGE), afirma que os médicos deram poucas esperanças de recuperação ao ambulante que pode falecer a qualquer momento. Segundo ele, Edilson teria sido atingido na cabeça, o que dificulta a luta dele para sobreviver.
“Rapaz, o tiro pegou bem na cabeça, só não sei dizer ao certo que parte. O estado [de saúde de Edilson] é grave, só um milagre salva ele. Está na mão de Deus, a qualquer momento ele pode piorar e até morrer de acordo com os médicos”, falou ele, ainda abalado com o caso que vitimou o ambulante.
A Polícia Militar informou que equipes da 49ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) receberam informação de um carro roubado em Camaçari e estavam acompanhando o veículo quando os suspeitos começaram a atirar na direção dos policiais. A corporação aponta que os PM’s reagiram e houve uma troca de tiros.
Edilson foi atingido na Rua Simone Barrada (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) |
Ao explicar como tudo aconteceu, Hélio contesta a versão da polícia e diz que não houve tiroteio. De acordo com ele, os policiais chegaram a cercar os suspeitos, que não estavam reagindo com tiros, mas tentaram fugir.
“Chegou nessa rua que tinha um puleiro de galinha e o ‘ladrão’ parou o carro. A polícia encostou atrás e pediu que saíssem do carro. Aí acho que, em um vacilo dele, o ladrão se picou. Quando ele viu, saiu atirando e acertou a cabeça de meu sobrinho”, relata Hélio.
Marcas de tiro na Rua Simone Barrada (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) |
No fim da ação, Edilson foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), levado para a UPA de São Marcos e, depois, para o Hospital Geral do Estado (HGE).
Protesto
Na manhã desta segunda (12), moradores protestaram na Avenida Aliomar Baleeiro, no bairro, questionando a versão da PM. Ainda segundo Hélio, a vítima é muito conhecida no bairro por trabalhar com venda de verduras e frutas em carrinho de mão.
“Edilson é nascido e criado aqui do Jardim Nova Esperança. ? conhecido de todos, uma pessoa muito tranquila e querida pelo pessoal do bairro. Além de cristão, é alguém que por trabalhar como ambulante conheci muitos e ninguém tem o que falar dele aqui, só coisas boas”, fala.
Sobre a situação da família, o tio preferiu falar pouco e confirmou que Edilson está acompanhado do pai e do irmão no HGE enquanto recebe tratamento lá.
“Todo mundo aqui chorando, sofrendo e com raiva. Ele não tem filhos e nem esposa, mas tem pai, irmãos e sobrinhos. Todos estão muito abalados sem ainda entender o que aconteceu com Edilson porque ninguém imaginava”, completa.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os suspeitos não foram identificados.
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