Falso médico que iniciou amputação de paciente é condenado a seis meses de prisão

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O falso médico que iniciou a amputação da perna de um paciente depois de um acidente na cidade paulista de  Lavrinhas, em março deste ano, foi condenado a seis meses de prisão pela Justiça. 

Gerson Lavisio atuava como médico-socorrista contratado pela Enseg, empresa que presta serviços médicos para a CCR SP-Rio, concessionária que administra a rodovia Presidente Dutra. Ele usava um diploma falso e sequer tem registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). 

Em sentença do último mês de agosto, foi definido ainad o pagamento de dois salários mínimos, valor destinado a entidade de trabalho social indicada pelo Juízo. 

A denúncia oferecida em março deste ano menciona que o acusado se apresentou durante uma ocorrência de acidente de trânsito na Rodovia Presidente Dutra, passando a atender uma vítima.

Informados de que havia uma pessoa praticando procedimentos incompatíveis com o regular exercício da medicina, policiais rodoviários foram até o local. O homem, que usava roupas utilizadas pelos médicos da concessionária CCR Nova Dutra, informou um número de CRM que estava inativo e pertencia a um médico já falecido. 

Outro processo em que o réu responde pelo mesmo crime, praticado em outra localidade, segue em andamento.

Histórico de farsas

Uma reportagem do “Fantástico” ainda descobriu que o homem tem um longo histórico de golpes aplicados, já se fazendo passar anteriormente por médico, pastor e até inventando uma identidade falsa para uma antiga namorada.

Antes de atuar em Lavrinhas, Gerson foi contratado como médico por três empresas diferentes nos últimos quatro meses. Em um posto de saúde em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, ele atendeu 18 pacientes em dezembro do ano passado, incluindo idosos e crianças. Para esse trabalho, ele usava o registro de um outro Gerson, que era de fato formado em medicina. Ele foi descoberto, denunciado e detido, mas foi liberado após prestar depoimento. ??????

“Continuava ainda se passando por médico, mesmo após todo o relato, boletim de ocorrência. E também acho que (este caso) é uma forma de cobrar essas empresas, essas instituições, muitas terceirizadas, que contratam esses profissionais médicos, para ter uma maior vigilância, né? Será que checaram o registro médico? Bateram os dados? ?? muito grave isso. ?? um sentimento de insegurança, de certa forma de impotência também. E de medo, medo por poder ser um familiar meu que poderia estar nas mãos dessa pessoa, desse criminoso”, comenta o médico que teve o CRM roubado, Gerson Butgnoli Junior.

Além de médico, o homem também já havia se passado por pastor e atraía fiéis em busca de direcionamento espiritual. Ainda segundo a reportagem, ele costumava pregar como convidado em algumas igrejas e divulgava nas redes sociais cultos em organizações falsas. Ele é acusado de pedir contribuições para viagens missionárias que nunca teriam acontecido.

O falso médico também aplicou golpes em uma ex-namorada. Regiane Arabi contou ao “Fantástico” que conheceu Gerson pela internet e que o emprestava dinheiro para ajudar a pagar algumas contas, mas nunca recebia a quantia de volta.

“As minhas amigas me alertavam. Falavam: ‘cuidado, porque ele não é médico'”, lembrou Regiane. “Agora quem vai desvendar ele sou eu. Por que ele vai ficar enganando mais quantas pessoas? Vai entrar na fragilidade das pessoas até quando? Ele tem que parar. Alguém tem que parar ele”, afirmou.

Ela ainda descobriu que Gerson também mantinha uma outra namorada. Regiane então a procurou e juntas elas descobriram que recebiam as mesmas mensagens e eram igualmente enganadas.

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