Governo do PR pede investigação de mensagens contra STF e pró-Bolsonaro

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O governo do Paraná determinou a investigação do disparo em massa de mensagens de texto antidemocráticas por meio da PIA (Paraná Inteligência Artificial), plataforma ligada ao estado comandado por Ratinho Júnior (PSD), apoiador de Bolsonaro.

 

Entre os conteúdos estão mensagens com  ameaças de invasão ao Congresso Nacional e ao STF (Supremo Tribunal Federal), caso o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), seja derrotado nas eleições de outubro. 

 

Através de nota, o o governo paranaense disse repudiar “qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática”, e pediu uma “apuração célere” do caso por parte da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná), desenvolvedora da PIA. O envio dos SMS teria acontecido através de uma empresa terceirizada que presta serviços à Celepar, a Algar Telecom.

 

“O Governo do Estado do Paraná repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática e determinou à Celepar apuração célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável. O fato ocorreu a partir de uma empresa terceirizada e ela já foi notificada pela Celepar”, disse em nota.

 

Conforme publicou o The Intercept Brasil, algumas das mensagens recebidas por paranaenses partiram do número 28523, o mesmo usado pelo Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná.

 

Foto: Reprodução / UOL

 

A Celepar disse não  ter “qualquer iniciativa” do governo estadual quanto ao disparo das mensagens. “Em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem. O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação”, apontou a estadal.

 

“A Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude. A Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime”, completou.

 

Já a Algar, em contato com o UOL, informou que “está analisando o ocorrido”, e justificou o disparo em razão de acesso indevido à plataforma. “Detectamos um acesso indevido à plataforma, com um IP que não pertence à operadora. A Algar Telecom informa que a conta que realizou os disparos foi bloqueada, que continua analisando internamente a questão e que irá colaborar com a apuração dos fatos”, argumentou.

 

Foto: Reprodução / Twitter

 

O fato é que a situação deve ser judicializada pela campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou ir à Justiça para sustar o disparo em massa de mensagens golpistas pró-Jair Bolsonaro. De acordo com a presidenta do Partido dos Trabalhadores, a deputada Gleisi Hoffmann, relatos de usuários de outros estados dão conta do recebimento de conteúdos semelhantes. 

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