O Cruzeiro assinou nessa terça-feira (11) um contrato de patrocínio com o laboratório Cimed até 2026. O acordo abrangerá o time feminino (master), propriedades do masculino, placas de publicidade e ações digitais. A ideia da empresa farmacêutica é dar maior visibilidade ao suplemento vitamínico-mineral Lavitan. Esta será a terceira vez que o clube estampará em sua camisa uma marca desse segmento industrial. Nas ocasiões anteriores, os acordos foram com o grupo EMS.
De 1995 a 1999, nos primeiros anos de gestão do presidente Zezé Perrella, o Cruzeiro manteve uma parceria com o laboratório EMS que também ia muito além do patrocínio de uniformes. Além de estampar a marca Energil C na parte frontal e nas costas da camisa, como apoiadora master, a empresa paulista atuou fortemente na compra de percentuais de jogadores. ?? época, terceiros podiam ser sócios dos clubes na aquisição de 'fatias' dos direitos econômicos.
Um dos negócios mais rentáveis para o laboratório foi a venda do atacante Fábio Júnior para a Roma da Itália em 11 de janeiro de 1999. O clube italiano desembolsou US$ 15 milhões (R$ 18 milhões na cotação da época), dos quais 50% ficaram com o Cruzeiro e 50% com o grupo EMS. A empresa havia adquirido a metade do percentual do atleta meses antes, em março de 1998, por R$ 750 mil.
A venda de Fábio Júnior era, na ocasião, a segunda maior de um atleta brasileiro para o exterior. Perdia apenas para a transferência de Denilson, do São Paulo para o Betis da Espanha, em 1998, por US$ 30 milhões.
Em 1997, o laboratório EMS ajudou o Cruzeiro na volta à Toca de Marcelo Ramos, artilheiro que tinha sido negociado no ano anterior com o PSV da Holanda. Ele foi decisivo nas conquistas do Mineiro e da Libertadores.
O suplemento Energil C só saiu do uniforme do Cruzeiro em 2000, sendo substituído pela Fiat.
Apesar de ter deixado de estampar a marca de vitamina C na camisa azul no final da década de 1990, o grupo EMS já tinha entrado de cabeça em compra de direitos de jogadores, inclusive da base cruzeirense. Foram os casos dos atacantes Kerlon 'Foquinha' e Anselmo Ramon, por exemplo.
Entre as dezenas de jogadores com 'fatias' da farmacêutica estavam o atacante Alex Alves, o zagueiro Edu Dracena, o volante Maldonado, o meia Wagner, o atacante Kléber Gladiador e o volante Lucas Silva, vendido em 2014 ao Real Madrid. O braço esportivo do EMS era o fundo Futinvest.
A segunda passagem do grupo EMS como patrocinador do Cruzeiro foi em 2009, como um acordo pontual na decisão do Campeonato Mineiro contra o Atlético. Na época, a marca estampada foi a do laboratório e não de produtos.
No período como patrocinador do Cruzeiro, o laboratório viu o clube rechear sua sala de troféus: Copa Ouro (1995), Copa do Brasil (1996), Copa Libertadores (1997), Recopa Sul-Americana (1998), Copa Centro-Oeste (1999), Copa dos Campeões Mineiros (1999) e quatro Campeonatos Mineiros (1996, 1997, 1998 e 2009). A Copas Master da Supercopa de 1995 foi vencida ainda usando a estampa da Coca-Coca, antecessora da Energil C.
Os patrocinadores master que sucederam a Energil C na camisa do Cruzeiro foram, pela ordem: Fiat, Siemens, Xerox, Tenda Construtora, EMS (pontual), Banco Bonsucesso, BMG, Supermercados BH, Caixa Econômica Federal, Banco Digimais e Supermercados BH.

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