Vídeo mostra momento em que drone atinge Kiev

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S�?O PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Rússia voltou a bombardear cidades na Ucrânia no início desta segunda-feira (17), uma semana depois do maior ataque a alvos civis desde o início da guerra. Ao menos três regiões do país foram atingidas: Kiev, Dnipropetrovsk (centro-leste) e Sumi (nordeste).

Na capital, o bombardeio a um prédio residencial matou quatro pessoas, uma delas uma mulher grávida de seis meses, segundo autoridades locais. Durante a manhã, era possível avistar fumaça preta saindo das janelas enquanto socorristas tentavam apagar as chamas.
O Ministério do Interior ucraniano afirmou que as outras localidades atingidas também registraram mortes, mas não detalhou números.

A Rússia assumiu a autoria dos bombardeios, mas declarou que seus alvos eram de infraestrutura militar e de fornecimento de energia -Moscou nega reiteradamente mirar civis no conflito. “O Exército russo alcançou os seus objetivos na Ucrânia”, disse o Ministério da Defesa russo em nota.

Em dados que não podem ser verificados de forma independente, o governo ucraniano alegou que 37 drones (que seriam 85% do total lançado) e 3 mísseis de cruzeiro foram destruídos pelas forças de segurança ainda no espaço aéreo. Na véspera, drones haviam atingido um terminal marítimo em Mikolaiv (sul), causando danos a tanques de armazenamento de óleo de girassol e provocando um incêndio.

“O inimigo pode atacar nossas cidades, mas não conseguirá nos destruir. Os invasores terão uma punição justa, e gerações futuras condenarão esses atos”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

A reportagem da agência Reuters encontrou um drone que trazia a frase “para Belgorodo”, em aparente referência a um ataque à cidade russa na fronteira com a Ucrânia -Moscou acusa a autoria do país vizinho, mas Kiev não comentou o episódio.

Autoridades ucranianas afirmam que os ataques a Kiev foram realizados com drones kamikazes do Irã, que voam até seus alvos e são detonados no local. Agências de inteligência americanas e de outros países afirmam que armamentos do tipo têm sido usados pela Rússia pelo menos desde agosto, e que o fornecimento por parte de Teerã viola tratados da ONU.

O regime iraniano, por sua vez, voltou a negar que tenha enviado drones para alguma das partes envolvidas no conflito. O porta-voz da chancelaria, Nasser Kanaani, disse que notícias do tipo “circulam em fontes ocidentais e têm ambições políticas”.

A ofensiva mais recente levou o chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andrii Iermak, a reiterar que o país precisa de mais sistemas de defesa antiaérea, “o mais rápido possível”, ecoando pedidos feitos pelo próprio Zelenski à comunidade internacional.

O Ocidente condenou os bombardeios desta segunda. O novo alto comissário de Direitos Humanos da ONU, o austríaco Volker Turk, disse que civis não podem ser alvos de mísseis e afirmou que o respeito a leis internacionais e aos direitos humanos é “absolutamente crítico”. Na semana passada, o organismo multilateral havia condenado a anexação de porções do território ucraniano por Vladimir Putin.

A Casa Branca voltou a falar em responsabilizar Moscou por crimes de guerra.

Assessor da presidência ucraniana, Mikhail Podoliak aproveitou o incidente para exigir a expulsão da Rússia de fóruns internacionais -incluindo o G20, cujo próximo encontro está previsto para daqui a um mês. “Quem dá ordens para atacar infraestruturas críticas para paralisar civis e organiza mobilizações totais para cobrir o front com cadáveres não pode se sentar à mesma mesa que os dirigentes do G20.”

De novo, os bombardeios a Kiev aconteceram na hora do rush, enquanto os habitantes se dirigiam ao trabalho. “Parece que agora nos atacam todas as segundas-feiras”, disse Serguii Prijodko à AFP enquanto aguardava do lado de fora da estação ferroviária central de Kiev. “�? a nova maneira de começar a semana.”

Os ataques ocorrem uma semana depois dos disparos em larga escala de mísseis por parte da Rússia, provocando ao menos 26 mortes e cortes de energia elétrica. Eles representaram uma reação do Kremlin a uma explosão na ponte que liga a Rússia à península da Crimeia em 8 de outubro. A rota simboliza a união entre os dois territórios e é tida como crucial para o abastecimento das tropas de Putin.

Não foi a única derrota russa em campo nas últimas semanas: a Rússia perdeu territórios ocupados em Kharkiv e viu tropas ucranianas romperem suas defesas em Kherson e em Donetsk. Um pronunciamento do presidente russo do fim do mês passado, em que decretou as anexações, voltou a fazer ameaças sobre armas nucleares e levou a uma nova intensificação da guerra.

A mobilização, aliás, foi encerrada na capital russa nesta segunda. O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, disse que a cidade cumpriu sua cota de recrutamento.

No final da semana passada, Putin havia afirmado que 222 mil dos 300 mil homens da previsão inicial tinham se alistado e assegurou que o governo não pretende realizar nova onda de mobilização. Ele admitiu ainda que houve equívocos dentro da campanha militar, com o chamamento de vários homens a princípio não elegíveis para a batalha.

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