Essa foi a denúncia feita diretamente pela Secretária de Turismo e Cultura de Nova Viçosa, Lucenilde Araújo (conhecida como ‘Dona Lú’), ao Secretário de Meio Ambiente da Bahia, José Geraldo dos Reis Santos, durante o Painel de discussão ??Gestão Costeira das Praias?, realizado no último sábado (09), na Câmara Municipal de Vereadores do Prado, como parte da programação do 2º Festival das Baleias do Prado.
‘Dona Lu’ falou sobre processo judicial movido na Promotoria Federal de Teixeira de Freitas para apurar se o surgimento da lama em Nova Viçosa e na região de Abrolhos teria relação com a dragagem do Canal do Tomba. “Precisamos saber as causas e as soluções desse problema, daí, a necessidade de um estudo ambiental oceanográfico. Nós temos uma suspeita forte, más não temos como provar. Nos chama atenção as coincidências do período crítico do aparecimento dessa sedimentação com o período de dragagem do canal do Tomba, serviço realizado pela Fíbria Celulose, principal hipótese do problema”, afirmou.
O aparecimento de uma sedimentação pastosa de origem ainda não identificada, está levando para as praias de Nova Viçosa uma lama. Os turistas têm optado por outros destinos, aumentando o problema no setor do turismo. “Apesar de não ser tóxica e não causar prejuízos a saúde, é o que se pensa à princípio, os banhistas acabam afugentados. Como consequência a arrecadação do município tem reduzido drasticamente, porque a cidade tem o setor turístico como principal fonte da economia”, explicou.
A suspeita da dragagem no Canal do Tomba causando danos ambientais é antiga e pode estar levando para o mar a lama que se espalha no extremo sul da Bahia, inclusive nos arredores do arquipélago de Abrolhos.
A Fíbria draga o canal do Tomba há 14 anos, com autorização do Ibama para extrair 250 mil metros cúbicos de sedimentos, tendo a licença renovada para extrair mais 480 mil m³.
O problema pode afetar as praias de Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa, Alcobaça, Prado e litoral sul de Porto Seguro. A Fibria justifica que descarta os sedimentos nos locais autorizados pelo Ibama. O Ministério Público Federal em Teixeira de Freitas teria um pedido feito pelo trade turístico regional para sanar o problema ambiental que vem prejudicando a economia local.
PESCA – Os pescadores das cidades próximas ao terminal da Fibria também reclamam de que os peixes e mariscos estariam sumindo desde que o terminal surgiu, a exemplo do que acontece na cidade de Belmonte, no outro extremo da região, onde a Veracel Celulose opera um terminal marítimo, fazendo também intensa dragagem no local.
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