‘Minha certidão traz branca, mas sou mulher não-negra’, justifica Alice sobre autodeclaração

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A deputada federal Alice Portugal (PCdoB), reeleita no pleito de 2022, apontou que a autodeclaração racial apresentada por ela, como parda, é válida por ser uma “mulher não-negra e antirracista”. Alice concedeu entrevista ao Bahia Notícias no Ar, nesta quarta-feira (19), e reforçou a legitimidade de sua autodeclaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

 

“Eu sou uma mulher não-negra, e antirracista. Por isso a minha declaração é a mesma que nós fizemos na política. A minha certidão traz branca, mas sou uma mulher não-negra, antirracista. Porque, obviamente, nós temos que olhar os traços étnicos raciais do nosso povo, quem é seu pai, sua mãe, mas acima de tudo qual é a sua pauta. A minha pauta é a seguinte, sou contra o racismo. Eu sustento a bandeira de políticas afirmativas, diferente do ex-prefeito. Foi comigo que ele debateu o sistema de cotas, aqui na Câmara dos Deputados. Eu na Tribuna do lado esquerdo e ele na Tribuna do lado direito. Ele perdeu o debate”, disse. 

 

A deputada federal se declarou branca à Justiça Eleitoral em 2018, mas no pleito deste ano mudou para parda. Alice indicou que é uma defensora das cotas raciais e apontou que existem diferenças entre as autodeclarações apresentadas por ela e pelo candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União) (veja mais).

 

“Essa posição dele não se sustenta na sua pauta, naquilo que ele defende. Ele foi contra as cotas, depois entrou na Justiça contra as cotas. Quando perdeu, o antigo PFL foi ao Supremo. Veja que maravilha foi o sistema de cotas, temos filho de pedreiro, eu própria sou filha de costureira e de um servidor mediano e entrei na universidade pública”, comentou. 

 

Alice reafirmou que as cotas raciais acabaram com a ideia de que “na universidade pública só estudava rico”. “Os pátios de estacionamentos estavam cheios. E o filho do pobre estudando de noite, na antiga Universidade Católica. Porque não conseguia entrar na federal. A pauta é quem reflete seu posicionamento. A pauta do ex-prefeito não é uma pauta de inclusão racial. Não é uma pauta de inclusão do povo negro”, disse. 

 

“O racismo é uma chaga que precisa ser banida da nossa convivência. A pauta responde por si só. Eu defendo a pauta antirracista, com muita intensidade e consciência. Sei quem sou e o que sou e a minha declaração esta de acordo com o que o Tribunal Superior Eleitoral indica, e obviamente, o que mais me orgulha é defender a pauta de inclusão do povo negro”, finalizou a parlamentar.

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