Anfitrião da Copa do Mundo, o Catar não deve se classificar para a segunda fase. Cabeça-de-chave do Grupo A, a seleção de futebol do país participa de seu primeiro Mundial na história e, apesar de ter investido na preparação – está treinando desde julho – para apresentar um time organizado e capaz de fazer uma boa competição, a briga deve ficar entre Holanda, Senegal e Equador.
E por mais que a Laranja Mecânica, que luta para honrar esse apelido, seja a favorita para ficar com a primeira colocação, há um canto para cada um dos outros dois adversários.
O canto para o Senegal tem muito a ver com Sadio Mané. Craque do Liverpool nas últimas seis temporadas europeias, o agora jogador do Bayern de Munique é o principal responsável pelo sucesso da equipe nacional nos últimos anos. No dia 17 de outubro, ele ficou em segundo lugar na lista da Bola de Ouro, atrás apenas de Karim Benzema (veja aqui).
Com o camisa 10, a seleção classificou-se para as Copas de 2018 e 2022. A única participação senegalesa até então havia sido em 2002, quando, sob o comando do volante Papa Bouba Diop, o time avançou até as quartas de final.
Em 2018, Mané e cia não conseguiram o mesmo feito. Caíram na primeira fase, ficando na terceira colocação do Grupo H, que tinha também Colômbia, Japão e Polônia. Em 2022, porém, a história tem tudo para ser diferente.
Atual campeão da Copa Africana de Nações – primeiro título na história -, o país vive seu melhor momento. Além de um mais experiente Mané, nomes como o goleiro ??douard Mendy, eleito o melhor do mundo em 2021, o zagueiro Kalidou Koulibaly e o volante Idrissa Gueye ajudam a compor o forte plantel que disputará a competição.
Em contrapartida, do lado sul-americano do grupo, o canto foi entoado até mesmo pelo técnico Tite, da Seleção Brasileira. “Vão se surpreender com o Equador, hein? Cuida que eu estou te dizendo”, afirmou o comandante, ao analisar os grupos da Copa do Mundo, em abril.
De fato, não seria surpresa nenhuma o Equador surpreender, com o perdão do paradoxo. A equipe teve campanha consistente nas eliminatórias, que lhe rendeu o quarto lugar, com 26 pontos, e consequentemente a classificação para sua quarta Copa na história.
Todas foram neste século: 2002, 2006, 2014 e agora 2022. A melhor campanha foi a de 2006, quando os equatorianos caíram nas oitavas de final, para a Inglaterra. Nos outros dois mundiais, eles pararam na primeira fase.
Sem tantos nomes de peso na atualidade como o Senegal, o Equador aposta no bom coletivo, especialmente na parte ofensiva. A seleção teve o segundo melhor ataque das eliminatórias sul-americanas, ao lado da Argentina, com 27 gols marcados. Ambos ficaram atrás somente do Brasil, que balançou as redes 40 vezes.
Os principais destaques são os atacantes Estrada e Enner Valencia, que marcaram, respectivamente, 6 e 4 gols nas eliminatórias. Um conhecido do torcedor do Vitória também pode estar presente: Jordy Caicedo. O atleta tem 10 jogos pela seleção e dois gols.
Algo que pode atrapalhar o desempenho equatoriano é o imbróglio envolvendo sua participação na Copa do Mundo, ameaçada por uma ação do Chile na Fifa. Os chilenos alegam que o Equador teria escalado o lateral-direito Byron Castillo de forma irregular durante as eliminatórias sul-americanas. O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) irá julgar o recurso do Chile entre os dias 4 e 5 de novembro.
UM P?? ATRÁS
Como destacado acima, a Holanda é a favorita para ficar com a primeira colocação do Grupo A, mas é preciso ter um pé atrás. A seleção tenta recuperar o futebol que encantou o mundo em 1974, sob o comando de Rinus Michel e Johan Cruyff.
Diante do duro sistema das eliminatórias europeias, a Holanda participou de “apenas” 10 dos 21 mundiais disputados desde 1930. A última decepção foi em 2018, quando não se classificou para a Copa da Rússia.
O fato coroou o fracasso temporal da Laranja, que também não disputou a Eurocopa de 2016, e apontou para a necessidade de renovação. Nomes como Arjen Robben e Wesley Sneijder, vice-campeões em 2010, deram lugar a um elenco mais jovem, que busca reconstruir a força do futebol holandês.
Sob o comando do capitão Virgil Van Dijk, nomes como Matthijs de Ligt, Frenkie de Jong, Memphis Depay e outros dão a cara da nova seleção da Holanda, comandada por um velho conhecido: Louis Van Gaal.
O treinador, que levou a equipe à terceira colocação no Mundial de 2014, assumiu a missão pela terceira vez na carreira em 2021, após o pedido de demissão de Frank De Boer. Este caiu com a Holanda nas oitavas de final da Eurocopa 2020, com derrota por 2 a 0 para a República Tcheca.
De qualquer forma, há também um número que corrobora para o favoritismo holandês: desde que foi instaurada a fase de grupos, a Laranja Mecânica sempre avançou.
Palpite para o Grupo A:
1) Holanda
2) Senegal
3) Equador
4) Catar
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